Stieg Larsson morreu antes de a sua trilogia “Millennium” ter sido publicada. Tinha assinado o contrato de publicação, mas um ataque cardíaco aos 50 anos impediu-o de testemunhar o sucesso das suas palavras e dos seus heróis cheios de defeitos, Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist.
Segundo John-Henri Holmberg, amigo de Stieg Larsson desde os 17 anos, além de crítico, tradutor e editor, Stieg cresceu numa comunidade pequena, com apenas um amigo da sua idade, e isso teria contribuído para a sua personalidade de solitário. Viveu com os avós até aos nove anos. Era tratado como adulto e tinha liberdade para fazer tudo o que lhe apetecia. “Começou a beber café, a ler, a escrever e a deitar-se tarde.” Aos dez anos fez uma revista, escrita e ilustrada por ele, que ofereceu aos familiares. Aos 12 anos passava noites inteiras a escrever à máquina.
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Larsson era um feminista assumido. Segundo o livro da série “Segredos”, de Dan Burstein e Arne de Keijzer, recusou-se a aceitar o progresso geral da sociedade como motivo para não denunciar as deficiências desta. Seguiu a pista de inúmeros casos de mulheres espancadas, brutalizadas, violadas, assassinadas, a quem foram sistematicamente negados os seus direitos e a proteção do Estado, mesmo na cavalheiresca Suécia.
Uma das suas modelos femininas, na qual se inspirou para criar Lisbeth Salander, foi Píppi Meialonga – personagem que dá título a série de livros infanto-juvenis da autora sueca Astrid Lindgren –, que seria uma moça independente, fisicamente forte, teimosa, inconformada, com um sentido de justiça muito particular e sem paciência para as regras de comportamento da sociedade. Therese Larsson, sua sobrinha, terá sido também fonte de inspiração para a personagem. Stieg teria dito ao seu irmão Joakim que “Lisbeth é como a Therese”, uma adolescente dura, magricela, fã de kickboxing e com vontade de tatuar um dragão nas costas.
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O sueco planejava escrever mais livros, cerca de dez ao todo, mas antes de morrer deixou material suficiente para um quarto livro, entre 100 e 200 páginas escritas e vários apontamentos.
Em 17 de Dezembro de 2013, a editora Norstedts, que detém os direitos da obra, anunciou em comunicado a contratação de David Lagercrantz (coautor da biografia de um atacante sueco) para dar prosseguimento a tarefa. O novo livro é previsto para 2015, quando o lançamento do primeiro volume da saga completa dez anos.
Segundo os editores, o autor dará prosseguimento à história com os mesmos personagens. O novo título terá inspiração nos anteriores, mas Lagercrantz poderá acrescentar um toque pessoal à obra. Resta dizer que essa notícia é lamentável, uma vez que continuar algo que outra pessoa escreveu não parece um bom presságio.
Confira também as resenhas de: Os Homens que não amavam as Mulheres e A menina que brincava com fogo.
Com certeza Fran. Os fãs de seus livros só poderão relembrá-lo a partir de agora através das releituras desses três livros, uma pena. Obrigado pela visita e que mais pessoas possam conhecer a vida desse autor.
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