Autor: Milan Kundera
Editora: Bis (Edição Portuguesa)
Edição: 1
Publicação original: 1984
Ano: 2013
Páginas: 413
A Insustentável Leveza do Ser é um livro em que o desenvolvimento dos enredos erótico-amorosos se conjuga com extrema felicidade à descrição de um tempo histórico politicamente opressivo e à reflexão sobre a existência humana como um enigma que resiste à decifração - o que lhe dá um interesse sempre renovado.
A história se passe em Praga (atual República Checa) e em Zurique (Suíça), no ano de 1968, atravessando algumas décadas de forma atemporal para mostrar os altos e baixos, descobertas e constatações dos quatro personagens que a protagonizam: Tomás, Teresa, Sabina e Franz.
De certa maneira todos eles estão entrelaçados e em algum momento suas histórias se cruzam. Há ainda, como plano de fundo, a Primavera de Praga, período de liberalização política na Tchecoslováquia durante a época de sua dominação pela União Soviética após a Segunda Guerra Mundial, motivo de tensão política que interferiu no destino de muitas pessoas.
O livro é sobretudo um diálogo sobre o significado da vida, do que está acima de nós e os grande esforço e observações necessários a entender o quê e por que somos aquilo que somos. Daí deriva o termo “existencialista” e a narração de acontecimentos cotidianos.
A maneira que Milan Kundera escreve – numa linguagem crua, que não prepara o leitor ao que vai acontecer – e o encadeamento sutil dos pontos de vista dos personagens são sublimes. Somos levados a descrições diferentes de forma cadenciada.
Fala sobre sentimentos e∕ou pensamentos que todo mundo um dia já pensou, mas nunca teve coragem de dizer em voz alta, e ainda achava que apenas si próprio tivesse essa opinião. Uma leitura impossível de sair com a mesma mentalidade de quando começou. Aborda o dilema entre corpo e alma, amor ideal versus amor real, além de trazer um final subjetivo a interpretação de cada leitor.
“Por força de suas escolhas ou por interferência do acaso, cada um deles experimenta, à sua maneira, o peso insustentável que baliza a vida, esse permanente exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la.”
ÓTIMO / FAVORITO |
Gostaria muito de poder ouvir a opinião de diferentes leitores acerca dessa história, um debate infindável sobre o que podemos filtrar desse enredo.
FILME
Em 1988 houve sua adaptação para o cinema americano com o título The Unbearable Lightness of Being, dirigido por Philip Kaufman e estrelado por Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche, Lena Olin e Derek de Lint. Com quase 3h de duração, a película parece não ter agradado o autor, que depois disso proibiu a adaptação dos seus livros para as telas. Comecei a assistir os primeiros 30 minutos, mas não consegui prosseguir, acredito que esse seja um tipo de obra inadaptável para o sentido visual e que decepcionou muito o seu criador.
LEITURA COMPARTILHADA
Eu, a Francielle (Universo Literário) e a Érika (Relicário) fizemos a leitura compartilhada desse livro. Sei que o vídeo é longo, mas fizemos uma espécide de conversa filosófica sobre a leitura, você pode assisti-lo em partes ;)
QUOTES / CITAÇÕES
Devido a impossibilidade de escolher apenas algumas das tamanhas e maravilhosas passagens desse livro, um novo post será criado apenas dedicado as suas citações. Aguardem!
Nota: Este livro está sendo traduzido no Brasil pela editora Companhia das Letras.
Clóvis, adorei sua resenha! Espero ter a oportunidade de reler esse livro para aproveitá-la melhor... em todo caso, foi excelente compartilhar essa leitura com vocês. <3 Ficarei aguardando o post com as citações... certamente haverão muitas. :P
ResponderExcluirAbraços,
www.universoliterario.com.br
Essa resenha me deixou com mais vontade de ler esse livro!
ResponderExcluirSUA ESTANTE