
Autor: Ira Levin
Editora: Nova Cultural
Edição: 1
Publicação Original: 1967
Tradução: Cléo Marcondes Silveira
ENREDO
Alugando um apartamento em um antigo prédio de Nova Iorque, os recém-casados Rosemary e Guy Woodhouse organizam suas vidas com pequena ajuda dos vizinhos Minnie e Roman Castevet. Guy é ator e luta por um papel de destaque, enquanto Rosemary decora com ar mais alegre o apartamento onde anteriormente foi cometido um crime.
Guy consegue um papel graças a um acidente com o ator titular e, logo depois, Rosemary tem um pesadelo no qual é possuída pelo demônio. Passado algum tempo, Rosemary descobre que está grávida e é tratada por Minnie e o médico desta, Dr. Sapirstein, com vitaminas especiais.
Guy consegue um papel graças a um acidente com o ator titular e, logo depois, Rosemary tem um pesadelo no qual é possuída pelo demônio. Passado algum tempo, Rosemary descobre que está grávida e é tratada por Minnie e o médico desta, Dr. Sapirstein, com vitaminas especiais.
Fatos estranhos levam Rosemary a desconfiar que todas estas pessoas estão envolvidas com magia negra, começando a suspeitar que o marido, um ator que, literalmente, venderia a alma ao diabo para conquistar o sucesso, mantém ligações perigosas com vizinhos praticantes de bruxaria, que desejam possuir o filho que irá nascer.
COMENTÁRIOS
O bebê de Rosemary é um livro de 1967, escrito por Ira Levin, que conta com uma linguagem simples, dinâmica e compreensível. É narrado em terceira pessoa sob a perspectiva de Rosemary Woodhouse, uma jovem esposa que acaba de se mudar para um novo apartamento, muito cobiçado pelos habitantes de Nova York – local famoso por acontecimentos estranhos e misteriosos, que passam despercebidos a primeira instância pela personagem.
Guy Woodhouse é o marido egocêntrico, vaidoso, meio bipolar e, à medida que consegue sucesso profissional, ausente. Rosemary sempre quisera engravidar, mas o marido preferia esperar até que a sua situação financeira se estabilizasse, contudo , após algum tempo, o fato é consumado de todo modo. No dia da concepção, porém, algo muito estranho acontece, ela sente como se estivesse drogada e envolvida num pesadelo, onde é possuída pelo diabo.
"Rosemary fechou os olhos. A cama parecia uma jangada, flutuando suavemente ao sabor das ondas." |
Os excêntricos vizinhos, Minnie e Roman Castevet, são muito hospitaleiros e condescendentes com o casal – até demais. Minnie é um tipo de vizinha intrometida que pergunta até o preço da mobília da casa nova. Após a descoberta da gravidez, ela passa a tornar-se uma mãe para Rosemary, eliminando até aquele que seria o médico responsável pelo parto, substituindo por um de sua confiança.
Ira Levin aborda alguns temas que, se polêmicos na atualidade, eram ainda mais em outrora. Temas como ateísmo, satanismo e a crença do cristianismo para a salvação da humanidade. John F. Kennedy, presidente dos EUA no século XX, também é citado em algumas passagens, principalmente atrelando sua morte aos acontecimentos de Rosemary.
O livro é dividido em três partes e, embora seja pequeno o número de páginas, a história é bem completa, tendo um começo, meio e fim bem definidos. A personagem principal vai se transformando ao longo da narração, passa de uma mulher ingênua, pronta a servir seu marido e sua casa, a uma pessoa forte, que sabe suportar a dor e ama o filho acima de tudo, além de, é claro, abrir os olhos quanto a sua ingenuidade. Afinal, é ela mesma a responsável por unir as pontas soltas e descobrir as intenções reais de toda a história envolvendo seu bebê.
FILME
Considerado um clássico dos filmes de terror da década de 1960, Rosemary's Baby foi produzido em 1968, nos Estados Unidos, sob a direção e roteiro de Roman Polanski, além de ser estrelado por Mia Farrow.
Venceu o Oscar e o Globo de Ouro na categoria melhor atriz coadjuvante (Ruth Gordon) e foi indicado por melhor roteiro adaptado, melhor atriz de drama (Mia Farrow) e melhor trilha sonora original.
O filme consegue transmitir absolutamente tudo que o livro retrata e até um pouco mais. Com cenas bem fieis, detalhes observados em cada cena e ótimas atuações, esse é mais um exemplo daquele tipo de filme que agrada o leitor assíduo. Mia Farrow consegue transmitir a mesma sintonia que a personagem idealizada por Ira Levin. Inicialmente, pensei que ela estivesse um tanto afetada e doce demais (fato recorrente nas suas atuações), mas comparando com a leitura, Rosemary é desta mesma forma. E quanto sofrimento para uma mulher grávida passar!
Recomendo muito o filme, tanto para cinéfilos quanto para fãs de uma boa adaptação literária para o cinema.
SÉRIE
Com o mesmo nome do livro e filme de Polanski, Rosemary's Baby é uma minissérie de televisão de 2014 produzida pela NBC, dirigida por Agnieszka Holland e estrelada por Zoe Saldana, contendo um total de quatro horas, sendo dividida em duas partes. Também estão no elenco Patrick J. Adams, Jason Isaacs, Carole Bouquet, Christina Cole e François Civil.
A primeira mudança realizada para este “reconto” é a ambientação. Ao invés de Nova York, a trama se passa em Paris. O casal se muda de Nova York para a França a fim de começar do zero. Guy Woodhouse aqui é um escritor, e alguns personagens são acrescidos à história para dinamizar as cenas. Os tais vizinhos Castevet, são aqui os locatários do prédio onde o casal irá morar. Uma série de acontecimentos (propositalmente cogitados) faz com que Rosemary e Guy encontrem Margaux e Roman Castevet – sim o nome da esposa foi alterado.
Deve-se ter em mente antes de assistir a série que é uma produção hollywoodiana baseada num clássico de terror. Assim, a história não será exatamente a mesma do livro e os personagens e situações foram remodelados a atualidade.
Devo dizer que gostei tanto desta série como do filme. Embora não haja fidelidade ao enredo, a atuação de Zoe Saldana está magnífica e eu gostaria muito que a Rosemary original fosse assim. O clima de mistério, suspense e terror também é bem construído fazendo você pular da cadeira em vários momentos. Some isso ao encanto da cidade da luz e terá uma ótima adaptação. Mas como nada é perfeito, o seriado peca em transmitir muita inverossimilhança ao desenrolar da trama, principalmente na ingenuidade dos protagonistas em pleno século XXI!
Como ser um estrangeiro num país desconhecido e não estranhar a hospitalidade excessiva vinda de um casal que nunca se viu na vida? Você apenas aceita o cargo que lhe atribuem numa universidade, a casa imensa que lhe alugam praticamente de graça, as visitas frequentes, os passeios e atenção para com a sua gravidez. Enfim, acho que me fiz entender.
Segue outra recomendação muito boa que irá trazer informações adicionais aos que adoraram a leitura ou o filme original. E que vale a pena ser assistida ao menos pela atuação de Zoe Saldana e a ambientação parisiense.
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