segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Fama, anonimato e quando começa a veneração



Fama. Renome. Celebridade. Reputação. Notoriedade. 

Com a propagação da internet e o advento das redes sociais nunca houve coisa mais simples do que ser popular. Pessoas se autopromovem, imitando seus ídolos e desejam a fama a todo custo. Elas acreditam no número de curtidas de suas fotos e aumentam sua confiança baseada numa falsa realidade. 

O difere Eu, um anônimo, de você, um famoso? O que é ser famoso, afinal. A que se deve esse título. Quais os critérios que devem ser seguidos? Ou essa visão já foi desbaratada e não existe mais critério algum. 

Fama por algo positivo, ou por algo negativo. A fama por si só vale. 

É como dizer que existem aqueles que nasceram para venerar, e os que nasceram para serem venerados. Diante de tanto preconceito que já existe no mundo criamos outro que se enraizou e tornou-se habitual: onde um pedestal é criado para pessoas pouco capazes e, me atrevo a dizer, indignas, no qual os súditos que estão abaixo as idolatram.


Seria importante começarmos a filtrar o que chamamos de "Ídolo" e discernir, quando começamos a reverenciar, cultuar e devotar alguém pouco merecedor dessa titulação. Há muito alarde sobre pouco, e pouca notoriedade àquilo que deveria existir. 

É aquele velho paradigma entre o que a cultura chama de mainstream (ou popular) e o underground (uma cultura secreta, subterrânea, em tradução literal). Se o primeiro é aquilo que todos conhecem, e não necessariamente quer dizer que é bom, o segundo é o que está escondido, poucos conhecem e, muitas vezes, trata-se de um material de boa qualidade. Acontece daquilo que é underground virar mainstream, e vice versa. Em outras palavras, o que fora sucesso em uma época pode se apagar no presente e renascer num futuro distante; e o que nunca foi reconhecido, renomado, findar-se célebre postumamente.

Esse devaneio que me envolvi foi uma tentativa de explicar que a questão da veneração é uma linha tênue que separa a fama do anonimato. As pessoas superestimam e subestimam demais as coisas. O que importa é reconhecer e estabelecer os limites entre qualidade e virtude para não se perder no mar dos que “nasceram para venerar”. Ser mais um na multidão que concorda, sorri e acena para o que chega e se acha superior aos que são feitos de carne e osso.

Pare e observe. Já teve oportunidade de conhecer uma pessoa que você a vida inteira sentiu uma espécie de amor platônico? Pare e observe. As gotículas de suor se formando na testa, os poros faciais que são visíveis a olho nu. Um sorriso bonito, mas feito de dentes como outro qualquer. A altura mediana que você jurava ser desmedida, ou as roupas que são apenas tecidos que recobrem a nudez. Tudo isso sou eu, e você, e as convenções sociais. Chama-se humanidade. Acostume-se a ela e descubra que todos somos feitos da mesma carne ocupando diferentes lugares no espaço, sem surpresas, sem esplendor.  

"I want Money, Power and glory...
I want money and all your power, all your glory…
Hallelujah
I wanna take you for all that you got." Lana Del Rey.


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