quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O Chamado do Cuco - Robert Galbraith (vulgo J.K. Rowling)


Título original: The Cukoo's Calling

Editora: Rocco
Edição: 1 

Ano: 2013 
Páginas: 447

Tradução: Ryta Vinagre

Minha Nota:
ÓTIMO









Sinopse: Quando uma modelo problemática morre numa queda de uma sacada da Mayfair coberta de neve, supõe-se que ela tenha cometido suicídio. O irmão, porém, tem suas dúvidas e pede ao detetive Cormoran Strike para rever o caso. Strike é um veterano de guerra - ferido física e psicologicamente - e sua vida é uma confusão. A investigação lhe dá um salva-vidas financeiro, mas tem um custo pessoal: quanto mais ele mergulha no complexo mundo da jovem modelo, mais sombrias ficam as coisas - e mais perto ele chega de um perigo terrível.

Lula Landry é uma famosa e problemática modelo que é encontrada morta após cair da varanda do seu apartamento. Tudo leva a crer – devido a problemas com drogas e seu transtorno bipolar – que a jovem cometera suicídio, porém seu irmão John Bristow não acredita muito fielmente nessa teoria; para ele, Lula, ou Cuco, como é chamada em seu ciclo de amigos, fora empurrada por alguém.

Conhecendo a experiência do detetive, John vai à procura de Cormoran Strike, a única pessoa que ele acredita ser capaz de dissolver o mistério – e não é que ele estava certo!?. Cormoram Strike vive como detetive particular após passar pelos infortúnios da guerra, sofrimento pelo qual, inclusive, perdera uma das pernas.

No exato momento em que recebe a visita desse homem, muitas coisas estão acontecendo na vida de Strike. Ele acabara de ter uma discussão com a mulher que, além de lhe agredir, o expulsara de casa; seu aluguel está atrasado; e teve que lidar com a chegada de uma recém chegada secretária, contratada por uma empresa de prestação de serviços que nem mesmo foi chamada. 

Contudo, Robin acaba se revelando uma surpresa na vida turbulenta do detetive e por pelos menos alguns dias eles trabalham juntos, a princípio na arrumação da agenda pessoal do homem, em seguida na busca por pista para o caso – mesmo que ele não tenha ideia de como fará o pagamento.

“Strike passava por um pequeno conflito íntimo. A perspectiva de a mesa de Robin ficar vazia na semana seguinte era sombria; ele achava sua companhia agradavelmente complacente e sua eficiência era renovadora; mas não seria ridículo, para não dizer um esbanjamento, pagar por sua companhia, como se ele fosse um magnata vitoriano tolo e muito rico?” Pág. 90

Entrementes, o caso vai sendo apresentado e elucidado pelos parceiros. Há muitas coisa por trás da morte de Lula que não foi esmiuçada. A princípio Cormoran aceita o trabalho mais pelo dinheiro do que por acreditar no que o irmão da vítima está dizendo, afinal toda a polícia foi mobilizada e meses depois nada foi encontrado que pudesse provar um assassinato.

Contudo, Strike logo saberia, ao passo que a investigação fosse aprofundando que existiu sim um assassinato e que muitos pontos (e pessoas) ficaram soltas no decorrer da epopeia. Quem era o homem negro visto nas imagens de gravação próximo a casa de Landry? Era uma dupla? Eles estavam tentando assaltar carros e foram pegos por coincidência? Quem teria interesse em matar a modelo? Ou melhor, quem se beneficiaria?

Com uma história riquíssima em detalhes, que traça um paralelo entre um crime o desenvolvimento dos seus personagens principais, J. K Rowling, sob pseudônimo de Robert Galbraith brinda-nos com uma história espetacular, onde nada é o que parece ser e até o último instante ninguém é capaz de descobrir o verdadeiro assassino.

COMENTÁRIOS

Quando um autor decide criar uma nova história mudando totalmente seu gênero, embarcando no mundo adulto, do mistério e suspense, e ainda por cima escrevendo sob um pseudônimo, não é de se estranhar que todos seus fãs fiquem atordoados e querendo degustar o quanto antes a ideia. A premissa me instigou, o primeiro capítulo também e o peso do nome Rowling me encheu de curiosidade. Não me arrependi, esse foi um livro sensacional, digno dos grandes autores policiais.

A relação do caso policial com a vida de Robin e Strike em paralelo é muito bem construída. Strike é interessante mas não tão carismático quanto sua assistente Robin, senti falta de mais passagens em que ela aparecesse. Para quem conhece a série americana Elementary, faz lembrar um pouco a relação entre Sherlock e a versão feminina de Watson – somente com relação ao contexto, não em personalidade. 

A autora lança informações pertinentes a história dos personagens no decorrer do texto, sem licença prévia, o que é bom.  Nada fica previsível, nem encontramos aquele tipo de texto alinhado onde cada coisa acontece por bloco – simplesmente você não sabe o que virá em seguida.

“A glorificação do vício de Duffield pela mídia o enjoava. A mãe de Strike morreu num colchão sujo no canto do quarto, e ninguém percebeu que estava morta havia seis horas.” Pág. 171 Um exemplo de como ele faz isso que comentei acima.

Algumas curiosidades ficaram em débito, como no caso de Robin que cumpriu metade de um curso de psicologia e nos pegamos a imaginar que imprevisto aconteceu para que ela abandonasse a carreira universitária? Ou saber mais a fundo da relação de Strike e sua esposa Charllote e etc. Como alguns devem saber essa será uma série de livros com histórias independentes, porém que seguem a vida desses dois personagens centrais; o que garante que virá mais explicações pela frente.

O que me incomodou foram as tantas referências a ruas e lugares na Inglaterra que o leitor não tem por obrigação conhecer. Tudo bem citar pontos turísticos, cidades, países, mas detalhar ruas e adjacências não me agradou.

Sobre a tradução: de acordo com cada personagem são usados termos coloquiais e até mesmo gírias ou grafia ‘incorreta’. Isso deu uma singularidade e destaque maior ao discurso dos personagens em questão. Devo comentar, contudo, que não conheço a versão original, então não tenho como comentar sobre como a autora escreveu os respectivos trechos. 

Ryta Vinagre (responsável também pela tradução das séries Crepúsculo, Diários do vampiro, Gossip Girl e outros)

Fui fazendo marcações no decorrer do texto, tentando juntar pistas para desvendar quem seria o assassino, mas não consegui descobri de forma alguma. Cheguei perto do descobrimento de um personagem em questão, mas no fim das contas acabei errando feio. 

Até o último capítulo a autora tenta dissuadir o leitor sobre o verdadeiro assassino. Não existem provas aparentes de que ele(a) seja o culpado e antes de mais nada, posso lhes garantir que é uma pessoa pela qual toda desconfiança é desconsiderada.


O QUE SIGNIFICA "O CHAMADO DO CUCO"?


Primeiro de tudo, pode parecer bobagem mas o apelido da personagem principal, Lula Landry, é Cuco. Quem a chama assim é o seu estilista Guy Somé (Não foi muito bem explicado de onde surgiu esse nome). Em segundo lugar, e o mais lógico, é o trocadilho feito em relação aos relógios de cuco, em que um passarinho sai pela janela, representando Lula, quando ela cai para morte.

DIAGRAMAÇÃO


Impecável, sem erros visíveis a mim. Minha edição é brochura e não tem a mínima diferença para a encadernada, pois o único diferencial é a capa dura. Ficaria muito mais contente se a versão que eles tentassem implantar no Brasil fosse como as americanas, em capa dura, aveludada e com jacket (Tudo bem, eu posso estar pedindo demais).

À esquerda a capa original, à direita a capa americana. Qual capa vocês preferem?

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5 comentários:

  1. Adorei, com certeza vou ler o liro

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  2. Oi Camila. O livro é realmente excelente, espero que tenha oportunidade de ler muito em breve. Abraço.

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  3. Não "conheço" a autora por birra mesmo, via os filmes de HP e odiava (ainda num vejo graça naquilo) poréeeem como esse livro não tem nada a ver com aquele universo, começo a me interessar saber se essa mulher cometeu suicidio ou foi assassinada.

    Quanto a capa: apesar de não curtir capas com fotos, mas de acordo com a sinopse a segunda "combina" mais.

    Abs

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  4. A escrita e ideias criadas pela autora são admiráveis, nem vamos entrar no quesito Harry Potter porque eu sou um fã assumido. Só lhe digo que, deixando o preconceito de lado, se você ler o primeiro livro você irá adorá (é muito difícil acontecer o contrário).


    Então, a capa original que o Brasil adotou, só faz sentido quando a gente ler o livro, a outra pode até fazer mas acho muito feia. rsrs.


    Abraço!

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  5. Sim, eu gostei da capa original, os tons são bonitos amo azul HAHAH mas a segunda mesmo com foto combina mais numa primeira olhada.

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