Editora: Chiado
Edição: 1
Ano: 2016
Páginas: 218
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Sinopse: O resultado foi um mosaico de pistas - pequenas singularidades, datas coincidentes, dias estranhos, histórias curiosas, como as narradas acima e muitas outras. A princípio, pensei em apenas colocar as informações sobrepostas na hyperwall e olhar um segmento por vez. Numa das primeiras noites após ser escalado para o caso, sonhei com uma raiz, que infinitamente crescia dentro da terra e subia aos céus.
O livro reúne contos de ficção, que misturam realidade, loucura e fantasia numa antologia muito bem elaborada.
Há textos para todos os gostos, seja aqueles escritos durante a juventude do autor envolvendo sentimento de solidão, ambiguidade e reflexão; histórias sobrenaturais narradas em dimensões paralelas ou apocalípticas ou a investigação policial em busca de um serial killer inalcançável.
“Esse é o problema. Diz o garoto, interrompendo sua marcha, sem olhar para trás. Você espera algo que mude sua vida, mas talvez se a mudasse primeiro, seria infinitamente mais fácil.” Pág. 172 – Chuva.
A obra caminha entre o poético, passando pelo utópico, chegando ao entretenimento. Seu formato interativo, envolvendo trechos de canções, ilustrações psicodélicas e capítulos curtos fazem dele um livro para ser lido e relido inúmeras vezes. Sem contar as epígrafes e referências a obras clássicas como Peter Pan, Edgar Allan Poe, Joseph Conrad, dentre muitos outros.
Dando uma sequência lógica ao enredo, temos o conto inicial chamado “O Mosaico”, onde o detetive Augusto Albuquerque precisa resolver um mistério à moda de Auguste Dupin, porém num estilo mais futurista, com a cibernética em seu favor na busca de um padrão que tenha passado despercebido durante investigações sobre o assassino do inverno.
"As pequenas não-linearidades eram facilmente ignoradas" pág. 11
Em “O lógico” temos a continuação do conto inicial. Nele o discípulo de Augusto Albuquerque, anos depois, replica seus passos para descobrir a verdade por trás da face do metódico assassino. E por esse caminho seguimos várias outras narrativas...
“O panóptico” traz uma teoria de conspiração, num governo que tudo vê, assim como o Grande irmão de 1984, escrito por George Orwell. Em “Os zugares do Deserto” a água foi exterminada do planeta terra e as pessoas vivem num deserto repleto por areia radioativa. Já “Os três irmãos” brinca com a ideia de que pouco importa o início e o final de uma história – o qual pode estar sempre em transformação – , mais vale saber como o caminho é percorrido.
“É um conforto quando se tem culpados para os desastres cotidianos; mas e quando não há culpados, ou ainda pior: e se nós todos formos os responsáveis? Não há mártir, deus, criminoso ou inocente, que possa expiar nossos erros.” Pág. 73 - Os zugares do Deserto
No vídeo a seguir vocês conferem melhor minha opinião e outras informações que possam ter sido perdidas na resenha escrita.
CITAÇÃO
“Vou tentar ser mais claro: abismo é como chamo um estado psíquico de estarmos rodeados por muitas pessoas e ideias, mas não fazermos parte daquilo. Como se fosse um cenário errado em um filme, ou um figurante errado no teatro, sabemos apenas que nosso lugar não é ali. Eu defino isso como abismo, até porque nunca se sabe realmente onde e qual é o fim”. Pág. 186 – Seis dias nos reinos do desespero.
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