quarta-feira, 27 de março de 2013

Artigo: Um desabafo sobre a indústria cinematográfica


Em homenagem a obra "As Vantagens de Ser Invisível" de Stephen Chbosky (Leia antes a Resenha, clicando aqui)

[Contém Spoilers]

12 de Fevereiro de 2013 

Querido Amigo,

Hoje terminei o livro “As vantagens de ser invisível” e resolvi fazer uma maratona assistindo o filme logo em seguida. Estamos no Carnaval, terei mais o dia de amanhã até que as nossas vidas voltem ao normal. Sinto-me realmente frustrado quando assisto as adaptações de alguns livros para o cinema. 

Ao assistir O Diabo Veste Prada não me senti tão na expectativa que o roteiro fosse seguido, pois já o tinha assistido algumas vezes antes do livro e, mesmo que fizesse um tempo que tivesse visto o filme, alguma coisa me dizia que boa parte da história tinha sido deixada de lado. Melhor dizendo, o próprio contexto e a imagem que o livro/filme quiseram passar foram totalmente opostos.



Indo para o que interessa, vim aqui para falar do outro filme anteriormente citado. Assim que vi que o próprio autor (Stephen Chbosky) dirigiu e criou o roteiro, pensei automaticamente que o sucesso e minha opinião positiva estariam garantidos. Como você pode imaginar, não foi isso que aconteceu. Não estou dizendo aqui que o filme é ruim nem nada, só que comparado aos dramas explorados por Stephen no romance chega a ser deprimente a pequena parte daquilo que podemos observar.



Você deve está imaginando, “Qual é, todo mundo diz a mesma coisa: o livro sempre é melhor do que o filme”, verdade isso é inegável. E não me recordo de algum filme que eu tenha dito que tenha sido melhor que a obra original. Mas enfim, isso sempre vai acontecer, o caso é que, quando se pode melhorar, a tarefa sempre é bem-vinda. Por exemplo, quando o autor quer explorar coisas que o livro não deixou claro isso é bem válido, como, por exemplo, o nome dos pais e irmãos de Charlie. Mas esse é o mais ínfimo dos detalhes.

“Um Dia” de David Nicholls – que escreveu tanto filme quanto livro – fez um trabalho belíssimo. Exceto por alguns detalhes da parte final da história, o longa-metragem teve começo meio e fim e, não fosse pela minha curiosidade em conhecer melhor Emma, teria facilmente me contentado com a película.


Voltando ao filme em questão... Cheguei a ficar com dor de cabeça depois de tantas informações sobre a mesma coisa – livro/filme. Uma coisa eu devo confessar, o elenco foi grandioso. De fato conhecia basicamente todos os atores com papéis centrais de outros trabalhos. Adorei ver a Emma Watson com outro personagem, que não Hermione Granger.


Vamos ver, quero bastante ler o livro outra vez para entender melhor e deixar as coisas mais claras em minha cabeça. Mas acho que até os sentimentos demonstrados não foram os mesmos. Não passou a intensidade do beijo entre Charlie e Patrick; nem as cenas de sexo vistas por ele tanto em seu quarto quanto por sua irmã – ok, essa parte não acrescentou nada ao filme -; ou o aborto e os vários namorados de sua irmã; ou a amizade que existia entre os três amigos, não apenas o amor juvenil e inocente entre Sam e Charlie; ou a amizade dele com seu professor Bill; além de uma interação maior do irmão dele em sua família. Esperei por flashes do Michael, antigo amigo dele que se suicidou. Pelo menos deu para tirar minha dúvida de que ele e Mary Elisabeth não transaram e que sua tia Helen realmente o abusou – com uma diferença, ele não se lembrou disso até ter o primeiro contato mais íntimo com Sam!


Acho que é uma questão publicitária, cinematográfica e de mídia. Pôr nas telas justamente aquilo que irá agradar e o que renderá mais de acordo com a faixa etária. "Quem quiser que leia o livro depois" – isso é o que eles pensam na Arrogância Hollywoodiana. Bem, agora percebo que prefiro criar a realidade pernosagem-local-emoção-enredo em minha cabeça e só depois ver o filme. Tratarei de baixar um pouco as expectativas sobre o que esperar dos próximos. Meu Deus imagina só quando eu ler Nicholas Sparks e compará-los!


Agora passarei a levar um pouco do Charlie comigo, escreverei cartas intituladas com datas e possíveis tópicos da conversa. Quem sabe algum dia eu ainda possa usá-las ou você possa lê-las.

Desvendarei um pouco mais do livro, extraindo palavras e frases que venham a ser importantes. Em breve te conto mais sobre ele.

Com Amor,
Clóvis.

Comente com o Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...