quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Resenha: Marina - Carlos Ruiz Zafón

Título original: Marina

Editora: Suma de Letras 
Edição: 1

Ano: 2011
Páginas: 192

Publicação Original: 1999

Tradução: Eliana Aguiar
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"Em Marina, o leitor é tragado para dentro de uma investigação cheia de mistérios, conhecendo, a cada capítulo, novas pistas e personagens de uma intrincada história sobre um imigrante de Praga que fez fama e fortuna em Barcelona e teve com sua bela esposa um fim trágico. Ou pelo menos é o que todos imaginam que tenha acontecido, a não ser por Oscar e Marina, que vão correr em busca da verdade."

ENREDO

O estudante de internato Óscar Drai, de 15 anos, passa todo o seu tempo livre andando pelas ruas de Barcelona e se encantando com a arquitetura de seus casarões.

Num desses passeios, uma dessas antiguidades, aparentemente abandonada, chama a atenção de Oscar, que logo se aventura a entrar na casa. Lá dentro, o jovem se encanta com o som de uma belíssima voz e por um relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas ele se assusta com uma inesperada presença e foge, assustado, levando o relógio consigo.

Dias depois, ao retornar à casa para devolver o objeto roubado, conhece Marina, a jovem de olhos cinzentos que logo torna-se sua amiga, levando-o a uma aventura num cemitério, onde uma mulher coberta por um manto negro visita uma sepultura sem nome, sempre à mesma data, à mesma hora.

A história é narrada por Oscar, um menino solitário que se apaixona por Marina e tudo o que a envolve, passando a conviver dia e noite com a falta de eletricidade do casarão onde ela vive, o amigável e doente pai da garota, Germán, o gato Kafka, e a coleção de pinturas espectrais da sala de retratos.

Os dois tentarão desvendar o mistério da mulher no cemitério, passando por palacetes e estufas abandonadas, lutando contra manequins vivos e se defrontando com o mesmo símbolo diversas vezes, uma mariposa negra.

COMENTÁRIOS

Com uma história entrelaçada por outra história, Marina é um prelúdio daquilo que seria "A Sombra do Vento". Com muito suspense e mistério a ser resolvido, Zafón conquista com um livro leve e ao mesmo tempo bem estruturado.

Além de Óscar narrar o livro em primeira pessoa, em alguns momentos um narrador descreve de modo objetivo (sem se envolver, apenas mostrando) fatos sob a perspectiva de uma história passada.

É impossível desvendar o que aconteceu na raiz dos fatos. Com acontecimentos sob acontecimentos, criamos teorias durante a leitura, o que serve apenas para aumentar a curiosidade para o grand finale.

O livro pode vender uma premissa juvenil, mas o enredo é bem adulto (mesmo com a fantasia puxada a ficção científica). Zafón é um mestre em montar esqueletos de suas histórias. O que me faz pensar que a escolha do nome do dr. Shelley foi proposital em comparação a autora de Frankestein, Mary Shelley. (Quem já leu pode me confirmar!)

ÓTIMO

CITAÇÕES

“Na época, não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele.” Pág. 8

“Guardo seus conselhos e suas palavras a sete chaves no cofre da memória, convencido de que algum dia eles vão me servir para responder a meus próprios medos e dúvidas.” Pág.180 

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