Autor: Isaac Marion
Editora: Leya
Edição: 1
Ano: 2011
Páginas: 256
Publicação Original: 2010
Tradução: Cassius Medauar
"Isaac Marion mergulha fundo no mundo dos zumbis e os leva a um novo patamar, respondendo perguntas, como, por que os zumbis comem o cérebro das pessoas, será que eles pensam ou só se arrastam e babam e o que acontece com seu corpo depois de ano de degeneração."
ENREDO
Em algum momento da história, os zumbis apareceram e agora o mundo está destruído. Os humanos normais fugiram para dentro dos enormes estádios de futebol e lá criaram suas pequenas comunidades. A história é contada do ponto de vista de R, um zumbi que se arrasta como os outros, caça como os outros, come carne e cérebros (a mais fina iguaria) como os outros, mas que, ás vezes, tem sonhos de como era ser humano, tenta se lembrar de sua vida anterior e filosofa sobre isso.
Um dia, em uma caçada, R encontra Julie e, no meio da carnificina que seu grupo impõe ao dela, algo o impede de matá-la. Mas o que aconteceu? Será que ela é diferente? É possível haver atração entre humanos e zumbis? Serão eles Romeu e Julieta de um mundo pós-apocalíptico?
Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro.
COMENTÁRIOS
Há quase uma década os zumbis surgiram e a terra foi drasticamente modificada. Conhecemos, assim, a vida de “R”, narrada em primeira pessoa.
Com uma linguagem tendendo ao poético e permeada com simplicidade por termos científicos (cada capítulo traz uma ilustração de diferentes partes do corpo humano), Issac Marion escreve emoções e sensações que R gostaria de ter de volta, caso não fosse um morto-vivo.
Ser um zumbi faz com que os movimentos do corpo sejam lentos e o modo de falar arrastado. O que não impede o fluxo de pensamento ser veloz, principalmente quando em frente a um ser humano pulsando com sangue nas veias, pronto para virar refeição.
“Preposições são dolorosas, artigos são árduos, adjetivos são conquistas incríveis. Será que esta mudez é mesmo uma deficiência física? Um dos muitos sintomas de se estar Morto? Ou será que simplesmente não temos mais nada a ser dito?” Pág. 21
Não é só dos pensamentos de R que o livro sobrevive. Uma vez que ele come o cérebro de Perry, namorado de Julie, flashbacks começam a invadir sua mente, deixando a leitura mais dinâmica. A partir daí enxergamos o passado da garota, entendemos como tudo aconteceu antes que ela e o zumbi se conhecessem e observamos a reação dele perante isso.
Algo de sobrenatural guia todo o livro. Além de Perry, pessoas mortas falam mentalmente com R, dando conselhos sobre o que fazer a diante. O que me desanimou um pouco foi o ritmo eufórico de aventura e algumas cenas desnecessárias entre Nora, Julie e R nos momentos finais da história. Fato que pode ser apenas um desgosto pessoal.
Os grandes pontos-chave do livro são o amor e a força de vontade. As três partes que o compõe resumem bem o sentimento transmitido: Passo um querer; Passo dois atacar; Passo três viver. Sangue quente é um livro muito bom que traz diferentes temas numa mesma obra e que falta pouco para não ser excelente. Você irá passar por bons momentos se resolver encarar a leitura.
“— Acho que fomos nos destruindo ao longo dos séculos, nos enterrando em ganância e ódio e quaisquer outros pecados que conseguíssemos encontrar, até que nossas almas atingiram a camada de pedra no fundo do universo. E então fizemos um buraco nessa camada e atingimos um... lugar sombrio.” Pág. 236
MUITO BOM |
FILME
Warm Bodies, ridiculamente traduzido no Brasil como Meu Namorado é um Zumbi, é um filme de comédia, ficção e romance de 2013, dirigido e escrito por Jonathan Levine e estrelado por Nicholas Hoult e Teresa Palmer.
Com uma boa fidelidade ao enredo original e sutis mudanças, o filme é uma ótima pedida tanto de entretenimento como de adaptação. As atuações estão muito convincentes, sobretudo do protagonista Nicholas Hoult (que chega a ser tão divertido quanto no livro), e os efeitos especiais dão um toque de aventura na película.
Como sempre acontece e costumo conversar quando comento sobre filmes, os Estados Unidos adoram apelar para o romance, o que é mais lucrativo. Aqui não foi diferente, contudo foi uma comédia romântica fofa, na medida do possível quando estamos falando de um apocalipse zumbi.
Tenho um problema sério com fisionomias e sempre acabo detectando rostos semelhantes. Em mais uma caso de irmãs separadas na maternidade, aqui está Teresa Palmer e Kristin Stewart. Achou parecido?
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