domingo, 29 de novembro de 2015

Resenha: Agnes Grey - Anne Brontë

Título Original: Agnes Grey

Autor: Anne Brontë 

Editora: Martin Claret 
Edição: 1

Ano: 2015
Páginas: 288

Publicação Original: 1850

Tradução: Paulo Cesar Castanheira

Prefácio: Cíntia Schwantes
Posfácio: Lilian Cristina Corrêa


Sinopse: Publicado em 1850, o romance ultrapassa a Era Vitoriana com sua temática realista. A obra narra a trajetória de Agnes, governanta de famílias da classe aristocrática inglesa, suas lutas, questionamentos e claro, sua relação com o amor. Leitura imperdível para os apaixonados pelas outras irmãs Brontë e pela produção literária inglesa.

Narrado em primeira pessoa, sob a perspectiva de Agnes, o livro conta a história dessa aprendiza a preceptora de forma crítica, mostrando os bastidores dos ensinamentos a crianças de famílias aristocratas. 

Trata-se de um romance de formação feminino do século XIX, escrito de forma objetiva, que não se prolonga muito em descrições, e ao mesmo tempo pitoresca, falando muito da natureza, paisagem, clima e espécimes.

O contexto envolvido à época envolve a era vitoriana. Marcada pela ascensão da classe média, esse período centra-se numa moral sexual bastante restrita, com papéis de gênero muito determinados (homens provedores da família e autoridade máxima; mulheres na administração doméstica e devoção ao marido antes dos filhos). A revolução industrial em curso também modificou a demanda do mercado de trabalho, prejudicando as atividades lucrativas femininas.

Agnes é uma personagem forte e decidida que busca sempre pelo melhor, crescendo pessoal e profissionalmente. Os objetivos que a movem são os de ajudar a família, economizar economias e adquirir experiências. Mas não existe perfeição, a jovem é humanizada à medida que se irrita com os pupilos e não poucas vezes gostaria de ter a liberdade de castiga-los, esses pensamentos garantem os momentos de descontração da leitura.

A história aborda o dilema educação versus caráter, e compara a burguesia com a classe mais humilde, como a família Grey. Narra ainda a dicotomia entre os chamados “homens de Deus”, mostrando que a religião pode existir com a presença ou ausência de maldade.

É assim que Agnes vê-se atraída por um personagem masculino, onde caráter e princípios valem mais que atributos físicos. Não há heróis românticos, o enredo lida com a evolução social e moral da sociedade inglesa, deixando histórias de amor como plano de fundo.

Fica a indicação de um ótimo livro para quem curte uma leitura leve, divertida e ao mesmo tempo clássica e vanguardista, repleta de temas atrativos que agradarão até o leitor mais exigente. 

ÓTIMO | FAVORITO

ME FEZ LEMBRAR: Orgulho e preconceito (Jane Austen) em alguns momentos, devido a ambientação e protagonista, contudo, de modo mais enxuto e intimista.

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CITAÇÃO

“A próxima família teria de ser diferente, e toda mudança só podia ser para melhor. A adversidade me havia feito amadurecer e a experiência me orientara, e ansiava por resgatar minha honra perdida aos olhos daqueles cuja opinião para mim valia mais que a de todo mundo”. Pág. 85

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