Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Edição: 1
Ano: 2013
Páginas: 176
Tradução: Vera Ribeiro
Minha Nota:
A Trilogia dos irmãos Wolfe:
Volume 1 - O Azarão
Volume 2 - Bom de Briga
ÓTIMO |
A Trilogia dos irmãos Wolfe:
Volume 1 - O Azarão
Volume 2 - Bom de Briga
Sobre: Cameron Wolfe tem fome. Cansou-se de ser um maldito perdedor, deplorável, meio risonho e meio carrancudo, sempre tentando impressionar. Ele finalmente conhecer uma garota, e seu espírito foi inundado por palavras. Agora Cameron está determinado a provar que não há nada mais belo que um perdedor disposto a lutar.
O texto a segui não contém spoilers sobre os volumes anteriores.
Cameron Wolfe desde muito jovem se apaixona por belas garotas à primeira vista. Garotas estas que muitas vezes nem sabem que ele existe, exceto por ser alguém que vive as rodeando. Foi assim com Rebecca, foi assim com a garota no ringue de luta, mas agora o sentimento parece ter mudado, ser mais maduro, agora ele se apaixona pela namorada do irmão Rube, Octavia.
Por conhecer Rube, dentre todos os irmãos, mais de perto, Cameron sabe que não irá muito longe a história dele com sua atual namorada. Sobretudo porque Rube não se apega as garotas, para ele só é divertido até que alguém mais interessante apareça no caminho. Octavia é racatada, misteriosa e possui ideias geniais; ao contrário do que o caçula da família pode pensar, Cameron não passa despercebido aos olhos dela, que o acha mais interessante do que ele imagina.
Contudo, como é possível se aproximar de um garoto que não deixa que ninguém se aproxime dele, que foi se guardando até se perder dentro de si? Talvez a única maneira de unir dois corpos afins seja através das palavras. As palavras que sempre acompanharam Cameron e que são o único jeito dele conseguir se expressar.
No desfecho da trilogia dos irmãos Wolfe, acompanhamos a vida de uma família com tantas reviravoltas e crescimento desde para o integrante mais novo até o patriarca. Foca-se em Cameron, traçando o caminho para encontrar seu destino e aquilo que ele sempre mereceu. Enxergando que de perdedor ele não tem uma gota.
DIAGRAMAÇÃO
Se você já encontrou esse livro numa livraria ou mesmo numa divulgação nas redes sociais, deve ter pensado que seria um novo lançamento do autor. Tanto é que não é feita nenhuma referência de que se trata de uma série. Muitos até leram apenas esse volume, pulando os outros dois – O Azarão e Bom de Briga.
Devo dizer que a identidade visual está modificada, a fonte é pequena e o formato do livro é maior que aquele feito pela Editora Bertrand. A diagramação se assemelha a da “A menina que roubava livros” - do mesmo autor - o que foi bom para tal história, aqui, porém, descompôs tudo aquilo que tínhamos construído nas histórias anteriores (parece que estamos lendo outro livro).
DIVAGANDO SOBRE
As cores do céu; a morte; a sopa de ervilha feita pela mãe dos irmãos; o significado das janelas numa casa. Tudo isso compõe minúcias que estiveram em A menina que roubava livros, obra-prima de Zusak. O que acontece é que aqui ele começou a esboçar ideias vindouras que foram muito bem desenvolvidas e lapidadas no livro supracitado. Essa série de livros para o público juvenil foi escrita como projeto paralelo, num momento que ele estava encontrando dificuldade com outras histórias.
A relação de Cam e Steve está melhor. A situação da família mais estável e Rube com as loucuras de sempre, agora envolvendo as mulheres. Ao final de capítulo aparece uma espécie de devaneio/sonho contínuo, porém sem lógica definida.
Zusak não nos diz a idade dos irmãos no decorrer dos livros, apenas em O Azarão. Neste último, temos um panorama que a vida da família está melhor, contudo não se aprofunda em nenhum membro, exceto no próprio Cameron que narra o livro totalmente em primeira pessoa, vivenciando os acontecimentos em tempo real.
Ler em sequência cronológica nos faz captar emoções e referências que só quem acompanhou o desenvolvimento dos personagens entenderá. Em A garota que eu quero, e mesmo em Bom de briga, porém, são feitas referências ao que aconteceu no passado de modo a introduzir o leitor de forma bem superficial.
ME FEZ LEMBRA...
O Lado bom da vida com a narrativa de Pat Peoples.
QUOTE
“Julia era, claro, uma perfeita vadia. Não há muito mais que eu possa dizer a seu respeito. Vadia (caso você não saiba) é uma garota que pode ser descrita como meio dada ou animada demais, mas sem ser uma prostituta completa nem nada assim. Masca muito chiclete. Talvez beba demais e fume para se exibir. Chama você de bicha, veado ou punheteiro, com um adorável sorrisinho falso no rosto. Usa jeans muito apertados e decotes generosos, e não se importa muito se está com o farol ligado. Joias: moderadas a pesadas, talvez com um piercing no nariz ou na sobrancelha, para demonstrar uma originalidade rebelde. E há também a maquiagem. Às vezes, é emplastrada feito reboco, especialmente quando há acne envolvida, embora em geral as vadias não sejam nada feias. Têm apenas uma tendência a se enfear, em função do que dizem e do que fazem.
E a Julia?
O que posso dizer?
Ela era linda. Era loura.
E para lá de vadia.” Pág. 57
E a Julia?
O que posso dizer?
Ela era linda. Era loura.
E para lá de vadia.” Pág. 57
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