sexta-feira, 7 de março de 2014

Resenha: Bom de Briga - Markus Zusak


Título original: Fighting Ruben Wolfe
Autor: Markus Zusak

Editora: Bertrand Brasil
Edição: 1 

Ano: 2013 
Páginas: 208

Tradução: Ana Resende

Minha Nota:
MUITO BOM / FAVORITO






A Trilogia dos irmãos Wolfe: 




Sobre: Entrar num ringue de boxe não é para qualquer um. Cameron e Ruben sabem disso, mas, para eles, a maior luta não está ali, entre as cordas, está fora delas, e a vida é implacável, nocauteia sem piedade.

O texto a seguir não contém spoilers sobre o livro anterior, porém você pode captar algo que tenha acontecido.

Cameron e Ruben Wolfe são sobreviventes. Vivendo um dia de cada vez com sua família que passa por dificuldades, os dois procuram um propósito para a vida. Após terem uma série de ideias estúpidas – como vender um secador de cabelos quebrado, torrar dinheiro em corrida de cães ou assaltar um dentista –, os garotos recebem uma oferta tentadora. 

Os irmãos sempre gostaram de brincar no quintal de uma coisa chamada boxe de uma mão só; isso porque como eles só tinham um par de luvas, e cada um ficava com uma delas, começando a brigar um com o outro logo em seguida – nada que ferisse seriamente, contudo isso não impedia que as marcas arroxeadas em volta dos olhos dos garotos aparecessem.

Perry Cole, um promotor de lutas clandestinas, vê potencial nos dois e para ele o que importa é ter carne nova no ringue. A partir daí, Cameron e Ruben verão suas vidas e a de sua família se transformarem. Ruben principalmente já que ele se destaca nas lutas e começa até a chamar atenção das garotas. Quando está no ringue, finalmente sente que está fazendo algo de útil e dando uma direção em sua vida.

“O que não é mentira. Sim, as lutas são supervisionadas e tem gente tomando conta, mas quem são? É engraçado como verdade e mentira podem ter a mesma aparência. E têm camisa de flanela, tênis, jeans e a boca do Ruben Wolfe.” Pág. 134

Por outro lado, Cameron luta com alma – mesmo não sendo o mais talentoso dos dois. Perdendo no ringue, e sendo um vencedor na vida. Nem sempre quem ganha é o vencedor. Essa é uma história sobre a luta diária, a esperança e a família. É a relação de dilemas familiares e pessoais de dois irmãos que só querem encontrar uma saída.

“O problema é quando você gosta da pessoa, aí fica difícil de controlar. Com um pouco de simpatia, tudo pode acontecer. É uma combinação mortal.” Pág. 49

COMENTÁRIOS

O segundo livro continua sendo narrado na perspectiva de Cameron, porém é muito mais bem construído que o primeiro. Volta-se para a relação entre os irmãos Cameron e Rube, sobretudo no crescimento deste último. Também mostra as dificuldades financeiras da família e o brio (dignidade) dos pais no tratamento dos filhos e do cuidado da casa.

Passa pouco mais de um ano entre uma história e outra, já que nenhum dos dois atingiu a maioridade ainda (Lembrando que Cam tem 15 anos em O Azarão e Rube é apenas um ano mais velho que ele). Perry Cole tem grande destaque na história, mas nenhum dos irmãos parece reconhecê-lo. Ele foi o algoz que, anteriormente, impediu que Cam ficasse com Rebecca.

No fim de cada capítulo têm-se conversas entre os irmãos todas as noites antes de dormir, a meu ver muito melhor que os sonhos desconexos da história passada. A diagramação segue o padrão do livro anterior e a identidade visual da série é excelente para nos envolver com a história.

Tudo aqui está mais difícil: o pai acabou de se acidentar e não pode mais trabalhar; O irmão mais velho, Steve, se afasta da família; Cameron sofre muito com o medo durante as lutas e mais uma vez se envolve com outra garota; Rube cresce bastante no decorrer do enredo. Em resumo, essa foi a minha história preferida, não que seja a melhor, mas por trazer a garra de uma família batalhadora e a relação de amizade e companheirismo presente nos irmãos, além de uma sutilidade de humor. 

QUOTE / CITAÇÃO

“— Oh, Miffy! Miffy! — Sorri. — Vem pro tio Rube. — E a máquina peluda de passar vergonha vem toda empinada até a gente, feito uma merda de bailarina. Sério: quando andamos com o cachorro e vemos algum conhecido, puxamos o capuz sobre a cabeça e olhamos para o outro lado. Quer dizer, tem um monte de coisas com as quais caras como nós podem lidar, mas passear com um lulu-da-pomerânia que atende pelo nome de Miffy não é uma delas. Para pra pensar. Tem a rua. Lixo. Trânsito. Pessoas gritando umas para as outras mais alto que os aparelhos de TV. Metaleiros e caras de gangue se arrastando por aí... e, então, lá vão dois garotos idiotas levando uma bola de pelos para passear na rua.
Isso é demais.
É isso que é.” Pág. 29


A SEGUIR...

A Trilogia dos Irmãos Wolfe

Vol. 3 - A Garota que eu quero

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