sexta-feira, 21 de março de 2014

Resenha: Todo Dia - David Levithan


Título original: Every Day

Editora: Galera Record
Edição: 1 

Ano: 2013 
Páginas: 280

Tradução: Ana Resende



Sinopse: Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.


O livro conta a história de A um viajante de corpos. O que isso significa? Cada dia ele acorda como uma pessoa diferente; não importa o sexo, o lugar, a raça ou personalidade, o único padrão nisso tudo é que os jovens de quem ele toma o corpo emprestado têm mesma idade que a sua.

Desde muito pequeno A, apelido de Andrew (um nome que ele mesmo criou), lida com isso, não sabe de onde veio nem para onde vai. Admite duas regras básicas: nunca interferir, nem se envolver na vida dessas pessoas. Até o dia que ele acorda no corpo de Justin e se encanta por sua namorada, a tímida  e atraente Rhiannon.

A partir daí um grande dilema ocorre. Antes, ele só precisa se preocupar com um dia de cada vez, agora, sente a necessidade de não deixar o passado para trás e ter contato com essa garota, sabendo mais sobre ela cada vez mais. Até onde isso dará?

Com uma forma de alegoria sobre o poder da aparência e a possibilidade de relações a distância, Levithan traz uma história inovadora e remodelada aos padrões jovem adulto, que nós fará pensar sobre importantes questões do cotidiano de nossas vidas.

Uma explicaçãozinha sobre A...

Ele só ocupa corpos da mesma idade que ele; por sorte do destino nunca viaja o globo, está sempre no mesmo território, a poucas horas de viagem entre uma cidade e outra. Caso aconteça de, enquanto estiver no hospedeiro, viajar de um lugar para o outro, o seu novo destino passa ser o ambiente onde as novas trocas de corpos serão feitas.

Não espere uma explicação científica sobre o motivo dele andar de corpo em corpo. Trata-se de uma romance envolto pelo sobrenatural.

Comentários

O interessante é saber que cada pessoa com que A se envolve, tem uma história, e a medida que os dias vão passando (cada capítulo narra um desses), conhecemos vários jovens de diferentes tipos.

O autor teve bastante criatividade para criar nomes e personagens tão diversos – desde uma mulher que mudou de sexo, ou um obeso de 150 kg, até uma adolescente magérrima e popular e um garoto que julga ter sido possuído pelo diabo.

A diagramação está muito bem feita. Não foram encontrados erros. A história nos instiga a querer saber o que acontece a seguir, e os diferentes gêneros textuais (troca de e-mails, diálogos e prosa) atrelado aos capítulos razoavelmente curtos, aceleram o ritmo de leitura. Um livro mais do que recomendado e que por pouco não chegou a excelência!


QUOTE / CITAÇÃO

“[...] É muito difícil ter uma noção verdadeira do que é a vida quando se está num único corpo. Você fica tão preso a quem você é. Mas quando quem você é muda todos os dias, você fica mais próximo da universalidade. Mesmo dos detalhes mais triviais. Você percebe que as cerejas têm gostos diferentes para pessoas diferentes. Que o azul parece diferente.” Pág. 93

Comente com o Facebook:

11 comentários:

  1. Esse livro ainda está na estante aguardando leitura. Já vi resenhas positivas e negativas sobre ele, e vou adorar desvendar tudo que o livro traz.
    Aguarde que logo volto com minha opinião.
    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Francielle Couto Santos24 de março de 2014 às 12:17

    Clóvis, que maravilha ler seu texto sobre esse tema! E
    agradeço a indicação do meu logo mais abaixo... acho que a blogosfera deveria
    trazer mais discussões assim, não apenas para fazer com que o outro reflita,
    mas principalmente para que nós próprios repensemos nossas opiniões e atitudes.

    Bem, vamos por parte.

    Eu também acredito que nenhum gosto é universal, tampouco
    que algumas obras – clássicas ou não – sejam totalizadas em todos os sentidos
    (compartilho, inclusive, o mesmo pensamento que o teu acerca de A CULPA É DAS
    ESTRELAS). A questão é opinar de forma precisa e clara... dizer que gostou e o
    porquê, ou vice-versa. Não acho que precisamos ser formados em crítica
    literária para darmos nossa opinião. Devemos, sim, exercitar nosso senso
    crítico, assim como a liberdade de expressão, que é um direito nosso. Quem
    ofende e afronta, desrespeita. É diferente de ser do contra e não concordar com
    você.

    Vamos nos permitir, e deixar qualquer picuinha de lado. Ao
    invés de se perder tempo com xingamentos, que tal pensarmos a respeito e
    expressarmos nossa opinião¿ Por favor, que qualquer preconceito literário bobo
    seja exterminado. Isso só corrompe essa comunidade importantíssima que visa a
    disseminação de ideias. Aposto que o esse, sim, é o propósito da blogosfera
    literária.



    Excelente texto, Clóvis! E o canal da Tati é maravilhoso mesmo. :D
    Adorei suas respostas e reflexões.


    Um abraço!
    universoliterario.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  3. Sabe Clóvis, nós blogueiros literários lemos tanto e é tão prazeroso que fica difícil, mesmo não gostando de uma certa leitura, não achar algo que nos agradou. O pior para nós, pode ser o que muitos buscam, isso eu sempre digo.
    Adoro debater sobre os livros que leio, se a regra for: somos aquilo que lemos, sou uma dramática incurável, rs.

    Leio o que gosto e já li o que não curto, dependendo do meu momento até rola ler um YA ou NA, sei lá, um policial. Tenho gosto para tudo e falo o que sinto em relação ao que leio, se gostei eu digo e mando ver meu lado emocional. Se não gosto eu digo, mas sem denegrir o livro ou autor (mamãe ensinou que não se maltrata o filho dos outros), e é isso que um livro é, O filho do seu autor, então não cabe a minha denegrir o conteúdo dele. Porém nas minhas resenhas vocês lerão minha opinião sincera e emocional sobre a história. Graças a Deus, lendo o que curto, não tenho me confrontado com nada ruim, amém.

    Adorei seu post Clóvis, cada palavra sua é um ponto para reflexão.
    Espero não ter fugido muito do assunto, foi de coração cada palavra.

    Beijokas!

    ResponderExcluir
  4. Obrigado Jennifer! =D Fico feliz que tenha gostado.

    ResponderExcluir
  5. Bem acolhedor seu novo cantinho! Parabéns!!!!!!! ;-)

    ResponderExcluir
  6. Cheguei a tempo de participar \0 torcendo aqui.

    Abs

    ResponderExcluir
  7. Oi Clóvis!


    Eu levo em consideração a opinião de blogueiros com livros que não conheço, ou que tenho vontade de ler. Uma oinião negativa quebra aquela magia, mas nem por isso deixo de conferir a obra na íntegra, são raras as vezes que deixo de ler algo por "fulano" não ter gostado.


    Muitas vezes quebro a cara, livros 5 estrelas que simplesmente não funcionaram comigo. Quanto as parcerias sou o mais sincero possível, se é "ruim" procuro explicar os motivos e deixar tudo bem claro, afinal critica sem fundamento é inválida.


    Abs

    ResponderExcluir
  8. Espero que aprecie a leitura, Leninha. Para mim o livro foi realmente acima da média e deixou sua marca. Beijos.

    ResponderExcluir
  9. Perfeito esse livro!!

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...