Autor: Robert Galbraith
Editora: Rocco
Edição: 1
Ano: 2014
Páginas: 464
Sinopse: Quando do desaparecimento do romancista Owen Quine, sua esposa procura o detetive particular Cormoran Strike. Inicialmente, ela pensa apenas que o marido se afastou por alguns dias — como fez antes — e quer que Strike o encontre e o leve para casa. Mas, à medida que investiga, fica claro para Strike que há mais no sumiço de Quine do que percebe a esposa. O romancista acabara de concluir um livro retratando maldosamente quase todos que conhece. Se o romance fosse publicado, a vida deles estaria arruinada — assim, muita gente pode querer silenciá-lo. E quando Quine é encontrado brutalmente assassinado em circunstâncias estranhas, torna-se uma corrida contra o tempo entender a motivação de um assassino impiedoso, um assassino diferente de qualquer outro que Strike tenha encontrado na vida.
O texto a seguir não contém spoilers sobre O Chamado do Cuco, primeiro livro do autor.
Reencontramos nossos personagens principais 8 meses após os acontecimentos do livro anterior, ou seja, o caso Lula Landry em “O Chamado do Cuco”. A história se passa em 2010. O detetive Cormoran Strike vê-se numa maré de sorte e reconhecimento devido ao seu bom desempenho em revelar o assassino de uma famosa modelo que nem mesmo a polícia, com tantos recursos, conseguira solucionar. Agora seu escritório vive repleto de clientes e, ao lado da sua competente assistente, Robin, o sucesso profissional bate à porta.
Mesmo com o reconhecimento tanto desejado do seu trabalho, os casos que aparecem para Strike são ‘mornos’, sempre contratado como detetive particular para resolver assuntos banais, até que Leonora, esposa de um excêntrico escritor, aparece à sua procura. O que parecia um simples desaparecimento transforma-se em um homicídio com o mais alto grau de crueldade.
Mesmo com o reconhecimento tanto desejado do seu trabalho, os casos que aparecem para Strike são ‘mornos’, sempre contratado como detetive particular para resolver assuntos banais, até que Leonora, esposa de um excêntrico escritor, aparece à sua procura. O que parecia um simples desaparecimento transforma-se em um homicídio com o mais alto grau de crueldade.
(e “cena”, pensou ele repentinamente, era a palavra correta de várias maneiras: o corpo amarrado e arrumado à luz de uma janela gigantesca de igreja... um sacrifício a algum poder demoníaco... sete pratos, sete jogos de talheres...). Pág. 135
A história parece mais fluida comparada ao livro anterior, uma vez que já conhecemos o estilo de escrita do autor e seus personagens centrais. Embora o livro seja mais focado em Strike, seguindo o mergulho iniciado no livro anterior sobre sua personalidade e dramas vividos, Robin também ganha bastante destaque. Que personagem cativante! Aqui o casamento iminente vai de mal a pior e ela tenta conciliar a carreira de investigadora que tanto almeja com a vida em casal.
A narração em terceira pessoa onisciente se mantém, o que é muito bom e se aliou bem ao gênero policial. Por exemplo, enquanto Strike ler Bombyx Mori, o livro escrito por Owen Quine e que seria o motivo de sua morte, vamos acompanhando junto dele o que de tão grave levou várias pessoas a quererem o homem morto.
O assassino de Owen Quine era como aquele tubarão, pensou ele. Não havia predadores furiosos e indiscriminados entre os suspeitos do crime. Nenhum deles tinha histórico conhecido de violência. Não havia, como costuma acontecer quando surgem corpos, um rastro de delitos do passado levando à porta de um suspeito, nenhum passado manchado de sangue arrastando-se atrás de algum deles como um saco de carniça para cães famintos. O assassino era uma fera mais rara e mais estranha: daquela que esconde sua verdadeira natureza até ser suficientemente perturbada. Pág. 285
Outra coisa boa que notei e que acrescenta pontos a “série” é que você consegue ler o segundo sem depender do primeiro. O caso anterior é citado em alguns momentos – pois obviamente gerou consequências - mas não é revelado quem cometeu o crime.
A maneira como J. K. Rowling, digo, Robert Galbraith, divaga sobre o gênio e caráter dos personagens é o principal diferencial. É como se emitisse a opinião dos protagonistas a respeito do crime em questão, tornando tudo mais interessante. O leitor acompanha o processo lógico em tempo real de uma forma ampla e ao mesmo tempo simples.
Recomendo O Bicho-da-seda, tanto para aqueles que curtem um bom romance policial, como, neste caso, os que querem saber mais sobre o universo dos editores, escritores e os bastidores da fama, desejada a todo custo. Vale a penas também conferir O Chamado do Cuco, lendo em sequência para criar um vínculo maior com Strike e Robin, nossos Sherlock e Watson contemporâneos. Ambos estão entre as melhores leituras do ano de 2014.
Para quem está se perguntando o significado do título, só posso dizer que é a tradução do latim Bombyx Mori, que tem tudo a ver com o clímax do livro. Descubra ;)
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