quarta-feira, 16 de abril de 2014

Resenha: Eu Sou O Mensageiro - Markus Zusak


Capa do livro Eu Sou O Mensageiro 2ª ediçãoTítulo original: The Messenger
Autor: Markus Zusak

Editora: Intrínseca
Edição: 2 

Ano: 2007 
Páginas: 320

Tradução: Antônio E. de Moura Filho




Sinopse: Ed Kennedy leva uma vida medíocre, sem arroubos. Trabalha, joga cartas com cúmplices do tédio, apaixona-se por uma amiga que dorme com todos os vizinhos do subúrbio e divide apartamento com um cão velho. Certo dia, ele impede um assalto a banco e é celebrizado pela mídia. O ato heróico tem conseqüência. Logo depois, Ed recebe enigmáticas cartas de baralho pelo correio: uma seqüência de ases de ouros, paus, espadas, copas, cada qual contendo uma série de endereços ou charadas a serem decifradas.


(Meu nome completo é Ed Kennedy. Sou taxista, tenho 19 anos. Não sou nada diferente dos outros jovens daqui destes subúrbios — não tenho lá muitos planos pro futuro, e as possibilidades são poucas. Tirando isso, leio mais livros do que deveria, sou um zero à esquerda na cama e não entendo nada de imposto de renda. Prazer.)

Ao decidir seguir o desafio de desvendar o que as cartas endereçadas a ele querem dizer, Ed vê sua vida mudar completamente. Antes ele achava que a vida não tinha propósito, agora, passa a ter um exercício diário de tentar solucionar o problema na vida de diferentes pessoas. 

Não é como se ele tivesse um histórico familiar ideal; seu pai alcoólatra acabara de morrer por sabe-se lá que motivo e a mãe, com quem mantém contato, parece desprezá-lo. Ele vive sozinho com seu cachorro, Porteiro, e a não ser pelos vários livros que lê, sua única companhia são os amigos que se encontram para jogar carteado.

As cartas o levam as mais variadas situações possíveis, seja de uma mulher que é estuprada diariamente pelo marido, ou uma senhora de 82 anos que vive à espera do companheiro - morto há mais de cinquenta anos. Até uma mãe que nunca teve a oportunidade de se deliciar com um sorvete em detrimento dos filhos. O interessante mesmo é seguir as pistas de cada carta e descobrir junto com Ed o que o aguarda na próxima esquina. 

Contudo, a pergunta que não quer calar é: até onde isso leva? Quem está por trás desse jogo? Qual a lição a ser tirada de cada uma dessas cartas? Essa e outras perguntas são o que Markus Zusak tenta responder com esse romance.

***

Meu histórico com esse livro vem de muito tempo. Encontrei-o na livraria quando ainda nem sabia da existência da Menina que Roubava Livros e fiquei tentado à leitura. Esperava um romance mais adulto, toldado de drama e mistério, algo que acabei não encontrando.

Markus Suzak não inova na construção dos personagens. Sempre a mesma fórmula e temática batida de um perdedor - que não é tão perdedor assim - à procura do autoconhecimento e de algo melhor para a vida. Aqui me referencio aos livros anteriores do autor lidos por mim recentemente, a trilogia dos irmãos Wolfe.

Há fatos que não ficam claros como funcionam. Personagens conhecem Ed ou aceitam que ele adentre em suas vidas absolutamente do nada, o que torna o enredo do livro um pouco inverossímil. Por exemplo, um homem está a espreita do lado de fora da sua casa tarde da noite, você o convida para entrar e jantar com sua família, após uma história mal contada de que ele morou ali e guarda sentimentos de nostalgia? Pouco provável, acredito.

Mais uma vez trata-se de um livro que nos mantêm presos por pura curiosidade, não chega aos pés de outros livros de excelente qualidade escritos pelo autor. Pode ser frustrante aguardar por algo esclarecedor e se deparar com o nada. Garante horas de distração, entretenimento, mas cuidado, caso tenho lido O Azarão, Bom de Briga ou A garota que eu quero recentemente, você pode manifestar sintomas de overdose, ou a famosa ressaca literária.

BOM


QUOTE / CITAÇÃO

"Às vezes as pessoas são bonitas. Não pela aparência física. Nem pelo que dizem. Só pelo que são."

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