Há algumas versões cinematográficas baseadas no romance de Fitzgerald. A primeira, de 1925 , um filme mudo e em preto e branco. A seguinte, em 1949, também em preto e preto só que dessa vez no formato tradicional, e mais duas que podem se considerar as mais conhecidas pelo público e controversas entre si. Aqui me refiro às de versões de 1974 tendo no papel principal o trio Mia Farrow, Robert Redford e Sam Waterston, bem como a mais atual, de 2013, que conta com Leonardo DiCaprio interpretando Jay Gatsby. É sobre essas últimas películas que a postagem de hoje irá comentar.
O Grande Gatsby (1974) |
Comecemos pela versão que mais me agradou, a de 1974 dirigida por Jack Clayton. Do começo ao fim, o filme conta com fidelidade ao texto original, até mesmo durante os diálogos. Este chega a complementar o livro com o enriquecimento de alguns detalhes durante as cenas.
Como não poderia deixar de acontecer, existe uma maior romantização dos persongens centrais e algumas alterações para uma maior fluidez da história na tela. Reflete também a posição inalcançável de Daisy para com Gatsby; tanto é que sempre aparece uma luz fantasmagórica e pontos brilhantes em seus olhos para comprovar a ideia de uma “miragem”.
Daisy vivida por Mia Farrow |
Outro fato interessante é que o clima dita a emoção dos personagens – no caso o calor do verão – algo que vim entender depois de algum tempo, por isso o suor visível em algumas passagens dos personagens.
O suor visível nos atores, pela estação em que se passa o filme |
Quanto ao elenco, não tenho o que reclamar das atuações de Robert Redford e Sam Waterston que vivem Gatsby e Nick Carraway, respectivamente. Tanto um como o outro refletem muito bem – a meu ver – a relação de companheirismo que cresce gradualmente nessas figuras. O personagem do Tom soou um pouco caricato para mim, em minha visão seria um homem mais incisivo e grosseiro do que o ator tão sorridente o fez parecer.
Robert Redford vive Jay Gatsby |
O prêmio máster vai para Mia Farrow e aqui eu peço desculpas pela ironia. A atriz quis de todas as formas possíveis chamar atenção para si, sendo afetada e melodramática ao extremo. A Daisy original já é um tanto irritante, ela só fez intensificar as emoções. Em todas suas cenas, sentimos uma comichão em adiantar os minutos para que ela não apareça.
Perpassando o elenco, ficam os elogias ao cenário, ambientação e figurino e roteiro idealizado por Copolla e pelo próprio F. Scott Fitzgerald. Com a película pude enxergar coisas que não conseguia pôr em mente apenas com a descrição do autor, um exemplo disso foi o vale de cinzas.
Leonardo DiCaprio como Jay Gatsby |
Dando um salto no tempo e chegando aos efeitos cinematográficos em alta tecnologia do ano 2013, nos deparamos com uma nova versão do Grande Gatsby – direção de Baz Luhrmann – que se opõe em grande maioria a tudo aquilo que foi anteriormente dito.
Moderno, fabuloso e agitado em excesso. O filme é caricato e performático. Tudo está em exagero: as cores, os closes e movimentos exagerados da tela. Viva os efeitos especiais! Feito em 3D, foi indicado para duas categorias do Oscar: Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino, vencendo em ambas.
Para começar, Gatsby mora em um castelo não numa mansão. As festas tem uma trilha sonora não da 'Era do Jaz', mas de um remix atual desconexo com a serenidade que a história transmite; junte isso ao fato de Nick parece ter um sentimento amoroso pelo vizinho enquanto narra suas memórias.
Enquanto assistia, não pude deixar de lembrar a cenografia de O Hobbit. Seria a casa de Bilbo bolseiro e os efeitos fabulosos uma inspiração para tanto? E antes que me perguntem “Se foi tão ruim como você conseguiu chegar até o fim?”, e eu vos digo, não cheguei. Das quase duas horas e meia, só consegui completar quarenta minutos por pura teimosia.
Tobey Maguire vive Nick Carraway |
Assim, não tenho muito a dizer sobre a atuação de DiCaprio, somente que preferi a Daisy contemporânea e o estilo pastelão de Tobey Maguire não combina em nada com Nick Carraway. Trata-se de um filme blockbuster, feito para vender.
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Leia O Grande Gatsby por ser um clássico da literatura, uma história bem escrita e curta – caso não goste, não ocupará muito do seu tempo. E sentindo vontade de ver o filme antes, mergulhe de cabeça na versão da década de 70. Tenha apenas cuidado para não acabar com a surpresa antes da leitura.
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Oi Cíntia. Eu sempre ponho metas a longo prazo quando a série é mais que uma trilogia. Vai lendo de acordo com sua vontade, um dia você termina :) haha Abraço!
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