quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O Hobbit - J.R.R Tolkien


Título original: The Hobbit
Autor: J.R.R Tolkien

Editora: Martins Fontes
Edição: 2 (1998)

Ano: 2009 (7ª tiragem)
Páginas: 300

Tradução: Lenita Mª Rímoli Esteves
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Minha Nota:
ÓTIMO / FAVORITO









Sinopse: Inesperadamente, Bilbo Bolseiro, um hobbit de vida confortável e tranquila no Condado recebe a visita de 13 anões e Gandalf que o arrastam em uma jornada através das montanhas e das terras ermas enfretando trolls, orcs, wargs, elfos para o resgate de um tesouro muito bem guardado por Smaug, o dragão. Bilbo se vê em diversas confusões e encontra algo que mudaria não só sua vida como de toda Terra-Média.

“Mais uma vez desejou muito estar em sua toca de Hobbit. Não pela última vez.”

Bilbo Bolseiro é um hobbit (seres mitológicos, descritos como pequenos, sem poderes mágicos, porém espertos e sorrateiros, entrando e saindo de lugares em serem vistos, aparentemente gordo na região do abdome e munidos de uma vestimenta colorida e alegre) que leva uma vida pacata em sua toca, raramente se envolvendo em confusão no seu povoado. Tudo muda no dia que o mago Gandalf visita sua casa convidando-o para viver uma aventura, pouco tempo depois treze anões chegam à casa do Bolseiro prontos para partir em uma expedição.

Um pouco da narrativa de Tolkien...

“Eles são (ou eram) um povo pequeno, com cerca de metade da nossa altura, e menores que os anões barbados. Os hobbits não têm barba. Não possuem nenhum ou quase nenhum poder mágico, com exceção daquele tipo corriqueiro de mágica que os ajuda a desaparecer silenciosa e rapidamente quando pessoas grandes e estúpidas como vocês e eu se aproximam de modo desajeitado, fazendo barulho como um bando de elefantes, que eles podem ouvir a mais de uma milha de distância. Eles têm tendência a serem gordos no abdome; vestem-se com cores vivas (principalmente verde e amarelo), não usam sapatos porque seus pés já têm uma sola natural semelhante a couro, e também pelos espessos e castanhos parecidos com os cabelos da cabeça (que são encaracolados); têm dedos morenos, longos e ágeis, rostos amigáveis, e dão gargalhadas profundas e deliciosas (especialmente depois de jantarem, o que fazem duas vezes por dia, quando podem).” Pág. 2-3

Obviamente os anões não iriam para terras distantes sem um farto banquete, e essa fato impressiona o simpático anfitrião uma vez que os homenzinhos - diga-se de passagem maiores do que ele - parecem umas dragas ambulantes. Dentre eles, um se destaca, Thorin Escudo de Carvalho, o mais orgulhoso e bruto dos irmãos que representa a liderança da turma desde que o pai morrera.

“Em suma: os anões não são heróis, mas um povo calculista, que têm em alta conta o valor do dinheiro; alguns são ladinos e traiçoeiros, pessoas muito más; outros, não, são decentes o bastante como Thorin e Companhia, se não se espera muito deles.” Pág. 208 

Depois de muito esclarecimento e indecisão da parte do Hobbit, todos decidem partir em busca das terras perdidas dos anões, tomadas pelo temível dragão Smaug, o Magnífico. Smaug há muito tempo saqueou o reino dos anões do avô de Thorin e desde então dorme sobre o vasto tesouro.

A viagem não trata apenas de retomar o reino, pois para chegar até A Montanha Solitária, um longo trajeto é preciso ser feito. Uma série de outros personagens acabam aparecendo, normalmente seres não tão agradáveis assim - trolls, comedores de gente; gigantes atiradores-de-pedra; orcs habitantes de cavernas; aranhas giganteslobos malignos e elfos.

Um fato interessante é que durante a história, Gandalf o mago, desaparece em missões secundárias e misteriosas, reaparecendo somente em momentos-chave da jornada. Assim, diante de florestas encantadas, trevas, seres sobrenaturais e rivais há muito esquecidos, Bilbo encara a inesperada aventura e acabará se surpreendendo com as suas formidáveis habilidades como "ladrão".

COMENTÁRIOS

Quando paramos e lemos o nome J.R.R. Tolkien já nos assustamos. Primeiro pela própria hierografia do nome, segundo pela associação com O senhor dos Anéis. E o que é O senhor dos Anéis senão um clássico da fantasia? É, pode ser um pouco assustador pegar uma obra desse autor, mas a experiência não poderia ter sido melhor.

Com uma linguagem simples, divertida, despretensiosa e narrada em terceira pessoa por um narrador onisciente, Tolkien propõe uma trama incrível, repleta de aventura, suspense, emoção e aprendizados como plano de fundo. Se você gosta de ambientes fabulosos, fantasiosos e um tanto medievais narrados num tom cômico, esse livro é para você.

“É estranho, mas as coisas boas e os dias agradáveis são narrados depressa, e não há muito que ouvir sobre eles, enquanto as coisas desconfortáveis, palpitantes e até mesmo horríveis podem dar uma boa história e levar um bom tempo para contar.” Pág. 50

O quote acima representa bem a narração deste livro. Você simplesmente se sente preso na história e não quer mais perder a aventura. Bilbo é um personagem cativante que cai nas graças de qualquer leitor. Outro personagem cativante é Gandalf e os próprios anões - algum deles, pois o Thorin é o pior.

A edição conta com gravuras e mapas representando a trilha que os quinze devem seguir até o encontro do dragão. No decorrer dos capítulos muitas canções são cantadas e estas representam uma parte da história que vem pela frente. Tudo se passa sessenta anos antes do enredo de O senhor dos Anéis.


Há o entrelaçamento de personagens deste com o de outros livros acima citados, porém como não li não tenho muito o que comentar sobre eles, exceto a presença de Gollum, a criatura que habita um lago subterrâneo no interior da caverna dos orcs, que contém o anel que dará origem a outras histórias (Quem nunca ouviu a expressão "Meu precioso!!", pois é ele quem diz) e representa a uma das partes excitantes e com certeza a mais engraçada na minha opinião.

O FILME

filme

Efeitos especiais, produção, cenário, caracterização, fotografia está tudo em excelência, admito. Porém, o enredo não me agradou nem um pouco e para quem leu o livro com certeza chega a ser irritante as mudanças na ordem dos acontecimentos e na extensão de fatos que poderiam ser encurtados.

Primeiro, um livro de 300 páginas pode muito bem gerar um filme de 3 horas bem fiel, assim eu creio. Não tem condições de ter tanto material assim para gerar um trilogia de películas tão extensas. Mesmo tendo muita ação e efeitos especiais, me senti entediado e cansado em muitos momentos. Não pretendo assistir aos próximos, achei a história original completíssima e recomendo para quem ainda não viu o filme que leia antes ou para quem já viu que não deixa de apreciar o texto escrito.

Dois fatos que mais me irritaram: Gandalf fazer parte da jornada ininterruptamente, o que não acontece na versão original - ele é meio que um Deus misterioso e sombrio -, e que alguns anões tivessem feições praticamente humanos enquanto outros não. Dá-se ênfase a Thorin e outros três anões que não me recordo os nomes. 

O que mais me agradou: A cena entre Bilbo e Gollum e o próprio ator escolhido para o papel principal, que soube dar super bem vida ao personagem de modo digno e peculiar.

***

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2 comentários:

  1. To com uma vontade imensa de conferir a historia de perto, desde quando li um review no Gonca Livros onde meu 'medo' de Tolkien seu universo e linguagem, foram quebrados. ele tem até ilustrações e fiquei muito mais empolgado sabendo que se trata de um infanto juvenil, só não gosto tanto de "coisas" medievais, sejam cenários ou personagens.


    Bem sincero o review, mais um pra criar vergonha na cara e ler de uma vez O Hobbit kkkkkkkkkkk.


    Abs

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  2. Eu não gostava de assuntos "medievais" até ler A Guerra dos Tronos. Ele tem muito disso e a história é sensacional. Como você conhece As Crônicas de Nárnia, ao ler O Hobbit sentirá semelhança entre o estilo de Lewis e Tolkien de escrever (pois ambos eram amigos e ajudavam um ao outro). Se arrisque, você vai adorar! ;)

    PS - Simmm fui eu mesmo. As ideias foram vindo e criei esse jeitinho que está aqui :)

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