segunda-feira, 1 de abril de 2013

Resenha: Quando Nietzsche Chorou - Irvin D. Yalom



Editora: Ediouro
Edição: 22

Ano: 2005
Páginas: 407

Tradução: Ivo Korytowski

Minha Nota:
ÓTIMO







Este livro tem como pano de fundo o fermento intelectual da Viena do século XIX às vésperas do nascimento da psicanálise. Friedrich Nietzsche, o maior filósofo da Europa... Josef Breuer, um dos pais da psicanálise... um pacto secreto... um jovem médico interno de hospital chamado Sigmund Freud - esses elementos se combinam para criar a saga de um relacionamento imaginário entre um extraordinário paciente e um terapeuta talentoso.

ENREDO

Outubro de 1882, Josef Breuer espera ansiosamente o encontro com Lou Salomé para descobrir qual a razão de alguém buscar ajuda em plena sua viagem de descanso até Veneza, Itália. Aturdida pelo repentino desespero e negação de Friedrich quanto ao término do relacionamento entre eles, Fraulein Salomé roga a Breuer que trate o desespero suicida de Nietzsche mediante a técnica da conversa.

Lou Salomé

Tudo isso começou a partir do momento em que Dr. Josef decidira criar uma nova técnica que colaborasse com o tratamento de sua antiga paciente, Bertha Pappenheim. Comedida com sérios problemas psicológicos, diagnosticados posteriormente como histeria. O irmão de Salomé vira um seminário apresentado pelo médico e pensou que essa poderia ser a salvação de Nietzsche.

Josef Breuer

As descrições sobre o filósofo Friedrich despartam a curiosidade de Bruer, ainda mais quando é apresentado a dois dos livros criados por ele e enxerga grande beleza nos pensamentos e nas ideias vanguardistas. Relutante a princípio, não consegue parar de pensar na irresistível tarefa de cuidar do seu novo paciente. Mas o motivo real da consulta nunca poderá ser revelado! O mesmo não pode saber da influência de Salomé, deve apenas pensar que está sendo enviado para tratar das suas fortes enxaquecas.

Friedrich Nietzsche

De volta da Viena, Aústria, (sua cidade de origem) o eminente médico realiza uma grande descoberta - somente encarando seus próprios demônios internos poderá começar a ajudar seu paciente. As visões de uma Bertha desnuda não lhe saem da cabeça. Mesmo tanto tempo após transmitir seus cuidados a outro médico, as lembranças da antiga e mais fiel paciente não se desvaem.

O encontro entre eles acontece, uma proposto é criada: E se os papeis se invertessem? E se, em troca dos cuidados que Nietzsche precisa, ele não ensinasse a Breuer os verdadeiros mistérios da mente? Assim, dois homens brilhantes e enigmáticos mergulham nas profundezas de suas próprias obsessões românticas e descobrem o poder redentor da amizade.

COMENTÁRIOS

Quando Nietzsche Chorou
Uma tríade inusitada (Imagens originais)

Ao contrário do que você possa imaginar, o livro é narrado pela perspectiva de Josef, não de Nietzsche. Com uma vantagem: a narração é feita em 3ª pessoa, o que garante certa imparcialidade. O livro consta com 22 Capítulos, mas com pausas distribuídas entre eles que nos dá espaço ou para descansar ou para pensar a respeito da história.

Nas consultas entre Nietzsche e Bruer notamos diálogos de uma terapia psicológica, com o intuito do médico em alcançar determinado assunto ou emoção na mente do paciente. Como Nietzsche é bem articulado e filósofo, assistimos a uma “disputa”, um debate de idéias como um cabo de guerra.

Algo que deve ser destacado é que o desafeto entre Lou Salomé e Nietzsche deu-se por que, inicialmente,  eles e Paul Reé viviam um relacionamento a três. Só que Friedrich não suportou a pressão em saber que ela o amava intelectualmente, não carnalmente, daí os conflitos começaram.

Freud Jovem, que é quem conhecemos no livro!

A interação de Sigmund Freud é de grande valia para a história já que além de aluno de Josef, ele guia o médico com conselhos que o ajudam em sua terapia com Nietzsche é ele quem desvenda a interação do consciente (sonhos) com o consciente (pensamentos).

Com o passar das páginas o nosso protagonista passa a ser Nietzsche. De paciente ele passa a médico. Embora Breuer pense que está enganando e extraindo informações de Fritz, parece que ele caiu numa armadilha e os papeis se inverteram. Só então o enxergamos como mais vulnerável. 

O momento em que enxergamos a perspectiva de Fritz é durante o andamento de cada consulta, onde cada um deles escreve o que acha do outro.

***

CURIOSIDADES: No capítulo final (Notas do Autor), Irvin nos explica baseado em quê sua história fora criada e como os fios soltos de tantos acontecimentos foram entrelaçados. As Cartas selvagens escritas  por Nietzsche a Salomé são originais!




Irvin D. Yalom (Washington, DC, Estados Unidos, 13 de Junho de 1931) é um escritor americano. Filho de imigrantes russos, formou-se em psiquiatria na Universidade de Stanford e está há 47 anos em Stanford, é ateu.

***

FILME COMPLETO (DUBLADO)

Gostou da resenha? Veja a segunda parte desse post com as melhores citações, CLICANDO AQUI! 

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