Autor: J. W. Goethe
Editora: Estação Liberdade
Edição: 1
Ano: 1999
Páginas: 180
Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) é um romance de Johann Wolfgang von Goethe. Marco inicial do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico - ainda que Goethe tenha cuidado para que nomes e lugares fossem trocados e, naturalmente, algumas partes fictícias acrescentadas, como o final.
Uma espécie de confissão íntima realmente única na literatura alemã
Neste livro, o suposto Jovem Werther envia por um longo período cartas ao seu amigo Wilhelm (narrador), as quais narram sua história de paixão e tragédia por um amor não correspondido, a querida e doce Charlotte. O romance é escrito em primeira pessoa num tom autobiográfico, com poucos personagens e que faz referência aos romances vividos pelo próprio autor em outrora, tendo o cuidado de se alterar os nomes e lugares envolvidos.
Foi escrito em 1774 em apenas quatro semanas logo depois do autor completar 24 anos. Na época ocorreu, na Europa, uma onda de suicídios, de tão profundo que Goethe fora em suas palavras.
“Com toda certeza, querido amigo, você tem razão, haveria menos sofrimento entre os homens, se eles – só Deus sabe por que eles são assim! – não concentrassem toda a força de sua imaginação na lembrança dos males passados, e sim em tornar o presente mais suportável.” Pág. 13
Passando pelo desespero de amar alguém já compromissado, Werther encara o amor como uma desilusão que não tem como ser evitada, que, independente do discernimento do homem, faz parte da sua natureza. Os sentimentos aqui expressos, ou sofrimentos como o próprio título sugere, é o descontrole e a obsessão.
O difícil nisso tudo é saber que Charlotte também alimentava sentimentos por ele, mas a honra e seus deveres como esposa a impediam de seguir a diante. Para ela, bastava tê-lo por perto como amigo para saber de nunca iria perdê-lo. Um sentimento um tanto que egoísta, o qual ela estava ciente.
“Falta a mola que impulsiona a minha vida; desapareceu o estímulo, que me mantinha acordado até altas horas da noite e que pela manhã me despertava”. Pág. 80
E se você lançasse todas as suas frustrações em um pedaço de papel. Escrevesse uma suposta história que retratasse sua vida? Que te distorcesse, desfigurasse, que fizesse tudo aquilo que você tinha vontade de fazer, mas que sabe que na vida real o resultado seria fatal? Essa foi a ideia de Goethe, capaz de ir ao último passo para impactar e fazer-se claro ao seu leitor.
A história em si não tem muito enredo a ser explorado, é mais uma constatação, observação e reflexão sobre o que acontece na mente do ser humano em momentos em que ele não pode controlar. Ao passo que a leitura se desenrola vamos imaginando o que acontecerá com o personagem principal e não tem mesmo outra escapatória.
COMENTÁRIOS
Para quem não tenha conhecimento sobre nada da obra antes da leitura (como foi o meu caso), pode parecer tanto uma história real quanto uma ficção, já que o nome do autor se encontra por todas as páginas do livro, porém acaba sendo auto-ajuda por transmitir uma lição ao leitor. Tanto que, em sua época, serviu de estímulo para o suicídio de diversos desafortunados no amor (aqui a lição transmitida não foi uma das melhores).
O desânimo e a apatia pouco a pouco se apodera da alma e do ser de Werther. O mesmo que inicia a escrita das cartas, não é o mesmo que termina a história. Tem-se o uso de palavras e aspirações de cunho religioso, em muitas passagens há a citação de Deus e do etéreo. É quase impossível não grifar vários trechos desse livro - o que torna mais impossível ainda não ter o seu próprio exemplar, uma vez que o livro é excelente em quase sua totalidade.
Sobre a edição: Muito boa! Além das notas de rodapé bem explicativas ao longo do texto, traz um posfácio escrito pelo tradutor Erlon José Paschoal que suscita respostas para as dúvidas que o livro deixa, e ainda um seção com vida e obra do escritor alemão Goethe.
Sobre o autor: Johann Wolfang von Goethe nasceu em Frankfurt em 1749 e morreu em Weimar em 1832. Poeta, romancista, dramaturgo, crítico, estadista, tornou-se um dos maiores vultos do pensamento alemão, tendo influenciado várias gerações. Teve um fim de vida muito triste. Quase todos que amava morreram antes dele, exceto o neto e a recém esposa na época.
“Talvez seja isto o que ainda instigue tão intensamente as forças inconscientes do homem moderno – dominado pela tecnologia, escravizado por um cotidiano repleto de compromissos, solitário e distante da Natureza – e faça da releitura de obras como esta uma experiência sempre fecunda e gratificante.” Pág. 158 Nota do Posfácio.
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"Para ela, bastava tê-lo por perto como amigo para saber de nunca iria perdê-lo" FRIENDZONEEEEE! Tenho duas edições desse livro, uma da L&PM e outra da Abril q comprei na Bienal, só falta "coragem" (o da L&PM a fonte é pequena) pois vontade tenho e muitaaa, inclusive li uma adaptação da Disney em quadrinhos muito massa também.
ResponderExcluirAuto-ajuda ao contrário HUASHAUHSAU espero não cometer suicídio no final da leitura também, tem cara de ser bem melancólico mesmo :/
Abs
Que máximo você ter duas edições (enquanto eu não tenho nenhuma, peguei da biblioteca), a da Abril é bem bonita, a da capa amarela se não me engano. Leia sim Amanto, eu até pensava que já tivesse lido, uma história bem curta que dá para ler bem rápido e é bem interessante. :) Abraço.
ResponderExcluirClóvis, que livro interessante! Só achei meio macabro esse lance do suicídio. '-' Ahauahaua Mas, falando sobre a trama, esse é o tipo de história que eu gostaria de ler. Bacana saber um pouquinho sobre o autor, também... enfim, adorei a publicação.
ResponderExcluirUm abraço!
http://universoliterario.blogspot.com.br/
Oi Fran. O livro é bem interessante mesmo, você fica sem saber se o que aconteceu foi real ou não, mas o autor trata de explicar tudo no final. Um clássico para ser apreciado e relido. É um tanto melancólico e dramático, porém nada que retire a fluência da leitura. Abraço! ;)
ResponderExcluirEntão, a primeira da L&PM foi quando tava super afim de conhecer a obra, e só tinha ela; essa da Abril achei por acaso na Bienal, e a capa é laranja>>> http://img2.mlstatic.com/os-sofrimentos-do-jovem-werther-j-w-goethe_MLB-O-3205670377_092012.jpg
ResponderExcluirAh, a capa é essa mesma. Me confundi com outro livro da edição da Abril. Muito bom :) Reserve uma semana para lê-lo.
ResponderExcluirAprovadíssimo as temáticas abordadas por esse livro!
ResponderExcluirObrigada pela dica amigo =***
Põe nas dicas de próximas leituras Jenn. Muito bom ;) Beijos.
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