Um novo gênero literário se infiltrou nas estantes de nossas livrarias, em meu caso, posso sugerir que até na rotina de leitura. Muito se fala em Sick-Lit, mas você sabe o que isso significa?
O termo deriva de duas palavras em inglês. Sick , que significa doente ou doença e Lit, que se refere a literatura; o que o torna bem auto-explicativo. Isso quer dizer, uma literatura que fala sobre doenças ou pessoas acometidas por ela.
Pacientes com severas doenças, seja de origem física ou mental que não iludem seus leitores sobre contos de fada, finais felizes ou misticismo. Aqui os personagens refletem sobre a vida e, sobretudo, o conceito da morte.
Câncer (seja da origem que for), altismo, esquizofrenia transtornos alimentares, automutilação e depressão. Esses são um dos exemplos que podem ser encontrados nesse novo gênero literário. Mas você sabia que o gênero não é tão novo assim?
Um dos primeiros livros a retratar o assunto em tempo contemporâneo foi “Um amor para recordar” de Nicholas Sparks (1999) que virou sucesso mundial bem como sua adaptação para o cinema. Fala - em curtas palavras - sobre uma adolescente careta que descobre ter leucemia e se envolve com o badboy da cidade.
Outro livro, publicado nesse mesmo ano, foi “As Vantagens de Ser Invisível” de Stephen Chbosky que conta uma belíssima história sobre amizade, abuso, drogas, sexo e bullying. Com a adaptação para os cinemas o livro teve uma nova edição lançada neste ano, o que gerou uma maior popularidade e consagração para o gênero.
O drama é sem dúvida uma constante nesses livros, até porque tem o poder de nos fazer pensar sobre muitos conceitos e questões do cotidiano; em contrapartida podem ser impactantes e cruéis como em “Garotas de Vidro”, que mostra a vida de uma adolescente com compulsão alimentar que acabou de perder a amiga que sofria do mesmo problema e que faz de tudo para alcançar o "peso perfeito" desde se mutilar até fraudar a própria balança para os médicos.
Sick-Lit, “a literatura marcada por males e doenças e a iminência de uma morte quase datada – de preferência nos braços de uma pessoa amada.” Fonte: Veja
O estouro de tudo isso culminou com a chega de "A Culpa É das Estrelas", do americano John Green. Confesso que lia bastante do gênero sem mesmo saber que tipo de leitura estava me enveredando. Na história, a jovem Hazel Grace, de 16 anos, convive com um câncer na tireoide que já tomou parte de seu corpo e a mantém na expectativa da morte.
As editoras cada vez mais estão investindo nesse comércio, uma vez que, de 2012 para cá, as vendas só aumentam e a procura por histórias de vampiros, bruxas e anjos parecem não convencer como antes. Deixando um “Viva!” a diversidade literária, sem preconceito que preze por cada vez mais leitores.
Uma aposta recente da Novo Conceito foi A Menina que Semeava, do autor americano Lou Aronica, quem leu tem esbanja comentários positivos. Fala sobre uma garota de 14 anos que teve câncer na infância e criou em sua mente um mundo fantasioso para lidar com a doença. Aí já encontramos uma mistura de gêneros que é outra característica atual. Um mesmo livro pode ser classificado de várias maneiras, mas é claro que haverá um ponto dominante que será mais ressaltado do que outro e por aí surgem os novos gêneros.
Já a Intrínseca trouxe até nós o livro “Extraordinário” da autora R.J. Palacio. Uma leitura mais do que recomendada sobre um garoto de 10 anos que possui uma síndrome genética causadora de deformidade facial. Narrado pelo próprio protagonista e outros personagens importantes, o livro apresenta o ponto de vista de uma criança que, ciente de sua estranheza e de seu deslocamento no mundo, cria um manifesto em favor da gentileza e contra o bullying.
O De Frente com os Livros fez algumas resenhas sobre esses livros. Clique para ler!
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