sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A Marca de Uma Lágrima - Pedro Bandeira (Resenha)

A Marca de Uma Lágrima capa do livro
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Título: A Marca de Uma Lágrima
Autor: Pedro Bandeira

Editora: Moderna
Edição: 3

Ano: 2003
Páginas: 176

Nacional
Minha Nota:
BOM










Sinopse: Com o amor no coração... E com a morte na alma. Isabel se acha feia. Será mesmo? Feia ou não, ela é uma garota genial e acaba escrevendo lindos versos para ajudar o namoro de Rosana, sua melhor amiga, com Cristiano, seu grande amor. A morte da diretora da escola — terá sido mesmo suicídio? — vem alterar sua vida e precipitar os acontecimentos. Isabel foi testemunha de uma cena muito suspeita e se sente ameaçada. A ideia da morte começa a tomar conta de seu cérebro, enquanto seu coração se despedaça pelo amor de Cristiano...

O melhor livro juvenil de 1986 por Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA)

ENREDO

A Marca de uma Lágrima é um livro do gênero infantojuvenil publicado em 1985 pelo escritor Pedro Bandeira. Ele conta a história de Isabel, uma adolescente de 14 anos que se apaixonada pelo primo Cristiano, dois anos mais velho que ela. Porém, a recíproca não é verdadeira. Em sua festa de aniversário ele acaba se envolvendo com Rosana, melhor amiga da prima, e faz com que os planos de Isabel caiam por terra.

A garota se acha gorda, feia e incapaz de causar interesse no sexo oposto; tem uma relação conflituosa com o espelho e acaba criando um alter ego que a flagela a todo momento. Em paralelo a isso, um suposto acidente acontece a diretora do colégio onde Isabel estuda e tudo leva a crer que a mulher na verdade cometeu suicídio. Mas será mesmo que isso aconteceu? A menina presenciou, sem ser vista, uma cena muita suspeita no laboratório de química e essa pode ser a chave de todo mistério.

COMENTÁRIOS

A linguagem poética, lírica e em 3ª pessoa conta pontos a favor da obra. O livro é dividido em três partes e a morte da diretora é o que dá movimento e um tempero a mais no enredo. 

Numa escrita juvenil e diálogos nada espontâneos, o autor nos mostra as inseguranças de uma jovem ao encontrar sua primeira paixão. É muito incômodo o melodrama de Isabel para com "o amor a primeira vista" por Cristiano. Aqui a palavra amor é solta com muita facilidade e, sendo esta dita por pessoas em idade tão perene, chega a soar inverossímil.

Embora essa seja uma leitura inocente e indicada ao público jovem, eu não sei se indicaria a qualquer um. Por trás dos diálogos e descrições da protagonista, existem muita morbidez e problemas sérios. No meio do processo a Isabel sofre um bocado já que acaba se envolvendo numa trama tanto da melhor amiga quanto do primo que vai além do desapontamento. 

"Para mim, escrever também é um ato de amor, Rosana. Quem escreve ama aquele que vai ler, quer conquistar o amor daquele que vai ler" Pág. 44

Encontrei um furo na finalização da história, onde os detalhes sobre a morte da diretora estão na frente de Isabel e ela não consegue enxergar de jeito nenhum (estupidez em demasia); e criou-se uma confusão desnecessária sobre o seu algoz, pois o objetivo foi de criar suspense no leitor, mas logo em seguida já é revelado a verdade sobre os fatos.

Acredito que se eu tivesse entre os meus 12-14 anos iria adorar esse livro. Traz suspense, sentimento, escrita fluida e poética, ambientes confortáveis de se imaginar... A edição está de parabéns, a capa é linda e bate muito bem com a proposta da história, a diagramação e revisão estão excelentes. Porém, esperava um outro tipo de leitura e aqui deixo minha opinião para que você saiba o que irá encontrar. 

"Tanta verdade se perde no caminho do coração ao cérebro, do cérebro à boca, da boca à mão, da mão ao papel..." Pág. 83

CURIOSIDADES

- A história foi escrita em 1985 a lápis e papel, tempo em que não existiam tantas tecnologias a nossa disposição como hoje;

- Inspirado na peça "Cyrano de Bergerac" e adaptado ao público jovem;

- Questionamento do autor: "Pode uma menina de 14 anos apaixonar-se de verdade? Pode qualquer jovem de 13, 14 ou 15 anos amar verdadeiramente alguém?". Perceba que não é tão ilógico o meu argumento no tópico anterior já que até mesmo o autor pensou nisso durante a escrita, contudo, ele preferiu manter o sentimentalismo aflorado destacando as emoções a flor da pele que os jovens passam.

CONCLUINDO

"Por acaso você deve se apaixonar pelo compositor se a música dele o ajuda a conquistar a namorada? Ou pelo pôr-do-sol quando as cores criam o clima certo para que ela diga sim?" Pág. 171

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